A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quarta-feira, 4 de abril de 2018

OUTRO EMPRENDIMENTO, A ABRIR JÁ ESTE ANO É O «GARDEN ARTES»


Palacete Pinto Leite

O Palacete Pinto Leite, originalmente conhecido como Casa do Campo Pequeno, era uma residência burguesa do século XIX, mandada construir por Joaquim Pinto Leite, da abastada família portuense Pinto Leite, em meados do século XIX. Em 1966, o palacete foi adquirido aos herdeiros pela Câmara Municipal do Porto, para se instalar o Conservatório de Música, o que só veio a acontecer em 1975.
Devoluto desde a saída do Conservatório de Música do Porto em 2008, o palacete foi vendido em 2016 por 1,643 milhões de euros a uma empresa de António Oliveira e António Moutinho Cardoso, coleccionador de arte que promete ali criar um "ex-libris" cultural "aberto à cidade".

A família Pinto Leite foi uma das mais influentes do Porto, e do país, em meados do século XIX. A sua visibilidade social era muito forte no Porto da época.
 Alguns dos membros desta família ocuparam um espaço central na sociedade portuense e nacional em diferentes épocas. Estavam ligados a grandes negócios e à alta finança.
O local onde se situa o Palacete foi inicialmente conhecido como Campo Pequeno, ficando paredes-meias com a Maternidade Júlio Dinis. Local residencial de Ingleses, bem referidos por Júlio Dinis no romance «Uma Família Inglesa», estando então rodeado por terrenos agrícolas e quintas, a propriedade do Campo Pequeno foi adquirida por Joaquim Pinto Leite em 1854.
Desconhece-se o autor do projecto, mas pelo estilo neopalladiano presume-se que tenha tido influências inglesas, contrário ao gosto da arquitectura portuense do século XIX, e também com influência das belas-artes francesas. Os azulejos que recobrem o edifício são originários de uma fábrica inglesa, a Minton, Hollings & Company, de Stoke-on-Trent.
Presume-se que Joaquim Pinto Leite pretendesse uma casa relativamente grande, onde toda a família pudesse hospedar-se, incluindo alguns dos irmãos que não residissem habitualmente no Porto. Pretendia também uma casa que seguisse modelos ingleses, tendo encarreguado os irmãos, que ali se tinham estabelecido de fazer uma prospecção de alguns exemplos que pudessem servir de modelo. Segundo a tradição familiar, Joaquim Pinto Leite esteve para comprar o Palácio dos Carrancas, o que não se concretizou provavelmente devido à vontade do rei D. Pedro V em adquiri-lo para residência real na cidade, alegando posteriormente ser demasiado grande.
Há notícia de que, em 1866, celebrou-se no palacete o casamento entre Orísia Pinto Leite e Arsénio Pinto Leite, primos e ambos moradores no dito palacete. Não é demais sublinhar que, nesta família, o casamento entre primos foi comum. A impressa da época elogia a casa, sóbria mas elegantíssima, comparando-a a uma rica moradia no melhor bairro de Londres.









O edifício possuía quartos de banhos principescamente luxuosos e tecnicamente inovadores, contando com torneiras banhadas a ouro e sanitários em porcelana de Sèvres. No exterior, ainda existe um pavilhão ou casa de fresco, espaço de lazer, também conhecido como casa das bonecas e uma estufa de floricultura.
 [Tive oportunidade de visitar este palacete antes das obras que estão em curso e espero que não sejam feitas obras que adulterem este belo edifício.]

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