A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quarta-feira, 4 de abril de 2018

RECUPERADA REABRIU «A BRASILEIRA»!


Reabriu há pouco, como Hotel Pestana, restaurante e café, este mantendo a mesma traça conhecida, com ligeiras alterações. Propriedade de António Oliveira, antigo treinador da Selecção Portuguesa de Futebol. Encontrava-se encerrada desde o início de 2013.
A Brasileira, depois da sua recuperação.




O Café A Brasileira é um dos mais emblemáticos cafés da cidade do Porto. De acordo com um projecto do arquitecto Francisco de Oliveira Ferreira, "A Brasileira" tem uma notável fachada, com o magnífico pára-sol de ferro e vidro, e um interior deslumbrante, em que sobressaem os cristais, os mármores e o mobiliário de couro gravado. Foi frequentado por uma clientela assídua e adepta de tertúlias. Muitos ilustres da cidade andaram por lá.

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O estabelecimento foi fundado por Adriano Soares Teles do Vale, nascido na Casa de Cimo d'Aldeia, em Alvarenga (Arouca). Ainda jovem, Adriano emigrou para o Brasil. No Brasil, dedicou-se ao negócio do café, nos finais do século XIX e enriqueceu. Casou no Brasil com uma filha de fazendeiros no Estado de Minas Gerais, onde se dedicou à fundação de um estabelecimento comercial inicialmente chamado "Ao preço fixo", que incluía, também, casa de câmbios, e à produção agrícola, em particular de café, que exportava para Portugal. Regressando a Portugal por motivos de saúde da mulher, que acabaria por cá morrer, criou uma rede de pontos de venda do café que produzia e importava do Brasil: as famosas "Brasileiras", espalhadas por Lisboa (Chiado e Rossio), Porto, Braga, Aveiro, Coimbra e Sevilha. Adriano Teles foi, também, um homem de cultura, com interesse pela música e pela pintura. Fundou a Banda de Alvarenga, financiando a compra dos seus primeiros instrumentos, e fez, da Brasileira do Chiado, o primeiro museu de arte moderna em Lisboa.
"A Brasileira", no Porto, foi inaugurada em 1903, para servir café à chávena. Não havia na cidade, por essa altura, o hábito de tomar café em estabelecimentos públicos. Adriano Teles, para promover o seu produto, ofereceu, durante os primeiros treze anos de "A Brasileira", o café à chávena de graça no seu estabelecimento a quem comprasse um saquinho de grãos de café.
Numa visão do que, hoje, poderíamos chamar de marketing, Adriano Teles mandou pintar, em várias paredes da cidade, o slogan que se tornaria famoso: O melhor café é o d'A Brasileira.

Adriano Teles não se ficou pelo Porto, abrindo "A Brasileira" de Lisboa, no Chiado, em 1905 e "A Brasileira" de Braga em 1907 e "A Brasileira" de Coimbra em 1928.

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