(HOJE COM UM INTENSÍSSIMO TRÂNSITO)
Tinha amplas e modernas instalações, constituído por dois pavimentos ligados por uma imponente escadaria em mármore. No pavimento superior existia um desenho-mural a carvão, da autoria de Abel Salazar. Junto á escadaria, um baixo relevo - cerâmica policromada do escultor João Fragoso, sobre o Douro , da sua nascente à foz. Este artista assina também outro baixo-relevo, que tem por motivo o café.
No salão inferior, vêem-se três pinturas murais, a fresco: a central, da autoria do pintor Guilherme Camarinha , e as laterais, do mestre da Escola de Belas Artes, Dordio Gomes. Ao lado, no salão de chá, quatro painéis pintados em contraplacado, igualmente da autoria de Guilherme Camarinha, tendo por motivo as quatro estações do ano. Os dois salões - ligados por uma e mesma harmonia de conjunto, a que um enorme painel formado por 44 espelhos, com 72 metros quadrados, dava unidade visual. A imponência deste estabelecimento era aumentada por mármores de Leiria, de ricas e raras tonalidades. O «café», com ar condicionado, tinha capacidade para 130 mesas e a cozinha, completamente electrificada, possuía, e pela primeira vez em Portugal, aparelhagem para esterilização de chávenas, capaz de esterilizar 600 em quinze minutos. Cada salão possuia o seu balcão-frigorífico privativo, ligado por um elevador. (O Século – 28/11/1944)
O Café Rialto, foi inaugurado em 1944, no rés do chão do chamado “arranha-céus” projetado por Rogério de Azevedo, o café Rialto foi concebido por Artur Andrade, o arquitecto do cinema Batalha. Era frequentado por gente da cultura, da literatura e da arte. Nas décadas de 1950-60, foi local de reunião de uma geração de poetas contestatária do Estado Novo – António Rebordão Navarro, Egito Gonçalves, Daniel Filipe, José Augusto Seabra, Luís Veiga Leitão e Papiniano Carlos – responsável pela edição da revista de poesia “Notícias do Bloqueio”.
4 comentários:
JULGO QUE O BCP ( NA ALTURA ) CONSERVOU NO LOCAL AS OBRAS DE ARTE DESSES PINTORES.
RETENHO BEM NA MEMÓRIA O DESENHO DE ABEL SALAZAR E AS OBRAS DE DORDIO GOMES.
JULGUEI QUE IA VER A PLACA COMA FONTE DA ROSA DOS VENTOS...
Cumprimentos.
Ontem não referi ( como achega ) que o arranha.céus VENEZA foi mandado construir por Maurício Macedo.
Não sei o que aconteceu ao outro comentário João Menéres, mas eu li. No mesmo falava de uma fonte que existia no centro da Praça D. João I. Dentro dos meus conhecimentos, foi uma oferta do então dono da Confidente, Alípio Antero e tinha repuxos variados e luzes. Lembro-me bem, porque em dias de vento tinha que passar ao largo, porque se assim não fosse, levava banho!
Essa fonte, de péssimo gosto, presentemente encontra-se no Jardim do Marquês.
Conheci o Maurício Macedo, já com uma certa idade, vivi num prédio que ele tinha na Rua da Alegria.
Ali na zona lembro-me da Farmácia Estácio, mas já na Rua Sá da Bandeira, tinha a primeira balança falante. O mais interessante é que o mobiliário dessa farmácia foi todo direitinho, para o Museu de Farmácia, cá no Porto, já que existe outro e Lisboa. Conhece?
Afinal apareceu o comentário. Sobre o mesmo e relativamente aos painéis referidos, eu vi que estão preservadas. O Clube Milleniun fica no andar inferior do antigo Rialto e uma ocasião indo lá tratar de um assunto vi os painéis
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