A Igreja e
Colégio de São Lourenço, popularmente conhecida pela Igreja dos Grilos, é um
conjunto de edifícios religiosos.
Construídos
pelos jesuítas em 1577 em estilo maneirista barroco-jesuítico, financiados por
doações de fiéis, assim como de Frei Luís Álvaro de Távora, Comendador de Leça
do Balio, da Ordem de Malta, cujo brasão de armas encima a fachada principal. A
Igreja e o Convento de São Lourenço foram erguidos com forte oposição da câmara
e da população. No entanto, os seguidores de Santo Inácio de Loyola acabaram
por conseguir fundar o tão ambicionado colégio com aulas gratuitas, o que
conquistou rapidamente um notável êxito.
A oposição da população não era dirigida aos jesuítas, mas ao colégio que pretendiam instituir devido aos privilégios que os cidadãos tinham que impediam a permanência de nobres e fidalgos dentro da cidade, por um período superior a três dias.
Assim sendo
o colégio que seria construído, chamaria filhos de nobres e fidalgos que
obrigatoriamente teriam de residir na cidade, mas através de algumas artimanhas
dos religiosos, a oposição dos burgueses foi ultrapassada.A oposição da população não era dirigida aos jesuítas, mas ao colégio que pretendiam instituir devido aos privilégios que os cidadãos tinham que impediam a permanência de nobres e fidalgos dentro da cidade, por um período superior a três dias.
Com a expulsão dos jesuítas em 1759, por ordem do Marquês de Pombal, a igreja foi doada à Universidade de Coimbra até a sua compra pelos Frades Descalços de Santo Agostinho que ali ficaram de 1780 a 1832. Estes frades vieram de Espanha em 1663, instalando-se inicialmente em Lisboa, no sítio do Grilo, onde rapidamente ganharam a simpatia da povoação, ganhando o nome de "frades-grilos", dando assim o nome a igreja onde estiveram no Porto.
Durante o Cerco do Porto, os frades viram-se obrigados a abandonar o convento, tendo este sido ocupado pelas tropas liberais de D. Pedro. O Batalhão Académico, integrando Almeida Garrett, instalou-se lá. Hoje o conjunto é pertencente ao Seminário Maior que o ocupa desde 1834. Iniciada a construção no século XVI, esta igreja ostenta uma monumental frontaria bem ao gosto do estilo maneirista barroco-jesuítico que a caracteriza. Na fachada são visíveis as armas dos Távoras . O altar de Nossa Senhora da Purificação é uma bela peça joanina. A frontaria monumental é composta por dois registos, e nela se acumulam frontões, entablamentos, cornijas pilastras e janelas. No primeiro rasgam-se três portas com frontões, sendo a do meio decorada com um portal formado por colunas coríntias gémeas assentes sobre pedestais e por um entablamento com pedras no friso. No alto vêem-se dois nichos vazios, nos extremos duas janelas, e a meio a divisa da Companhia de Jesus, com separação feita por pilastras toscanas. No segundo registo, ao centro, podemos ver uma janela e por cima o brasão de Frei Luís Álvares de Távora, a rematar este conjunto a Cruz de Malta sobre um pedestal. De ambos os lados encontramos nichos vazios, por cima destes, janelas e a rematar, frontões interrompidos sustentados por colunas jónias, dos quais rompem pirâmides. As partes externas do edifício pertencem às torres, cobertas com grandes volutas e cúpulas em tijolo.
No interior a nave apresenta-se coberta por uma abóbada de granito, de volta perfeita e em caixotões. As paredes são sustentadas por largas pilastras toscanas, com nichos escavados no topo, onde se encontram as imagens dos Evangelistas e dos Apóstolos, em barro pintado.
Pilastras clássicas enquadram o arco triunfal. Sobre o entablamento, de cornija muito saliente, ergue-se até à abóbada um frontão complexo, decorado com motivos jesuítas e flamengos e interrompido pelo nicho de São Lourenço.
A capela-mor é coberta por uma abóbada também de caixotões, que contêm cartelas guarnecidas com pedras. Nas paredes vêem-se pilastras jónicas de fuste canelado e, entre elas, estuques decorativos. Existe também nesta capela um painel da autoria de João Baptista Ribeiro e a imagem de Santo Inácio, única na cidade. Na sacristia, com teto de madeira apainelada, existe um retábulo e quatro quadros emoldurados com boa talha rococó, de finais do século XVIII.
Instalado
numa ala seiscentista do antigo Colégio Jesuíta de São Lourenço, o Museu de
Arte Sacra e Arqueologia do Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição do
Porto apresenta um acervo notável, rico e variado, num espaço dinâmico da vida
artística, aberto à comunidade, atento à conservação e comunicação da sua
colecção. O outrora chamado "corredor das lousas" é assim, hoje, uma
apreciável galeria de escultura religiosa dos séculos XIII-XIX. É justamente no
domínio da escultura que o Museu mais se salienta com destaque para a Sala Irene Vilar. Mas a pintura, iluminura, a ourivesaria,
paramentaria, alfaias religiosas e a arqueologia estão igualmente representadas
com exemplares de excelente qualidade e interesse.
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