Rua das Flores
O nome da rua provém das viçosas hortas, recheadas de
flores, que existiam nos terrenos por onde a rua foi aberta: as hortas do
bispo. À época era bispo do Porto D. Pedro Álvares da Costa, cuja tamanha
devoção por Santa Catarina do Monte Sinai explica o nome inicial do arruamento:
"Rua de Santa Catarina das Flores".
A rua foi aberta entre 1521-1525, no final do reinado de D.
Manuel. A abertura da nova rua, ligando o Largo de São Domingos à
Porta de Carros (actual Praça de Almeida Garrett), correspondeu às necessidades
do crescimento populacional e do desenvolvimento económico. Com a abertura da
Rua das Flores, o largo quinhentista de São Domingos conheceu também
importantes transformações.
A construção da nova rua coincidiu, por um lado, com o fim
do privilégio ancestral de proibição de estadia dos nobres na cidade e, por
outro, com a crescente afirmação de uma burguesia mercantil, cultivadora do
gosto pelos grandes palácios e por ambientes repletos de luxo. A Rua das Flores
será um belíssimo exemplo de concretização destas duas tendências.
A construção nas Flores foi feita segundo moldes inéditos
pois, pela primeira vez na história urbana da cidade, surgiu uma regulamentação
precisa sobre o tipo de habitação a construir, obrigando a uma regularização
das duas margens da rua, possibilitando a boa visibilidade das fachadas.
O núcleo mais representativo dos habitantes da rua foi
constituído pela designada aristocracia urbana — cidadãos ligados à
administração municipal da cidade e da Coroa, mercadores, frequentemente
nobilitados, e alguns cristãos-novos —, conotando a rua com um forte caráter
elitista, que o espaço edificado procurava confirmar.
No entanto, a zona alta da rua foi habitada por homens
ligados, sobretudo, aos ofícios: mecânicos, sapateiros, caldeireiros,
serralheiros, pedreiros, ferreiros, etc. O extraordinário afluxo destes
homens ao Porto está ligado ao fenómeno de "enobrecimento da cidade".
Depois deste auge, lembro-me de ser uma rua de grande comércio, mas que não despertava grande interesse até à sua reabilitação.
A primeira medida foi requalificar a rua e toná-la uma rua pedestre, gradualmente tudo se foi transformando e muito e hoje é um local de lazer, com muitos restaurantes e cafés, onde há sempre gente a cantar e a tocar e pontualmente ocorrem eventos muito interessantes.
Pontos de interesse
Antigo Hospital de D. Lopo.
Casa dos Maias (n.º 29), edifício de grande valor histórico
cuja construção remonta ao século XVI.
Casa da Companhia (n.º 69), onde funcionou a Companhia Geral
da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, criada pelo marquês de Pombal.
Casa dos Sousa e Silva (n.º 79-83), cujo brasão ostenta a
data de 1703.
Casa dos Constantinos (n.º 139), do século XVII.
Igreja da Misericórdia do Porto, cuja construção se iniciou
em 1559.
Museu da Misericórdia do Porto
Casa dos Cunhas Pimentéis (na esquina com o Largo de São
Domingos), edifício de grande valor histórico cuja construção remonta ao século
XVI.
Livraria Chaminé da Mota, Alfarrabista no nº-28 casa fundada
em 1981, compra e venda de livros e antiguidades.
Os seus establecimentos de Comércio Tradicional onde se
destacam ourivesarias centenárias.
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