O coração do
centro histórico do Porto, tem surpresas e recantos que deslumbram, quem por lá passa. Eles tornam esta cidade um mistério que apetece desvendar. Quem
percorre a emblemática e histórica Rua dos Caldeireiros, uma rua muito estreita, como todas do Centro Histórico, vai encontrar um edifício muito peculiar.
É a capela de
Nossa Senhora da Silva, padroeira dos ferreiros
serralheiros, anzoleiros e caldeireiros, actividades muito comuns em
tempos e hoje já quase em extinção.
A capela
pertence desde o séc. XV, à Confraria de Nossa Senhora da Silva que foi durante
muitos anos administrada pelos Hospitais de S. João Baptista, na rua de Santa.
Catarina, onde se albergavam os irmãos pobres da Confraria.
O oratório
exterior é datado do séc. XVIII e já
teve em tempos também as imagens
evocativas de S. João Baptista e S. Baldomero (francês do séc. VII, mártir
cristão e padroeiro dos Ferreiros). Actualmente apenas tem uma réplica da
imagem de Nossa Senhora da Silva.
O altar é todo trabalhado e ornamentado por uma cobertura
em talha, que se mantém quase intacta ao passar do tempo e já la vão quase três
séculos. No interior da capela terá
funcionado em tempos uma antiga
albergaria, administrada pelos
ferreiros, caldeireiros e anzoleiros da Cidade.
(Uma perspectiva geral da pequena, mas bonita capela e da sacristia.)
Lenda da
Senhora da Silva
Diz antiga
tradição, registada pelo padre Augusto de
Vasconcelos, na sua “Descriptione Lusitaniae”, e o bispo D. Rodrigo da Cunha,
no seu “Catálogo dos Bispos do Porto”, que no século XII, em tempo de D.
Mafalda , mulher de D. Afonso Henrique, abriram-se os alicerces
para a construção da Sé Catedral. Nessa operação, foi
encontrada, entre uns silvados, uma imagem de pedra à qual foi dado o nome de
Senhora da Silva. Na Sé Catedral existe o altar de Nossa Senhora da Silva
representada por uma grande imagem de pedra, mas ninguém sabe ao certo se é a
original.
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