ANTÓNIA RODRIGUES
Oriunda de uma família com fracos recursos, foi muito jovem morar para Lisboa, para junto da irmã. Entusiasta ouvinte de histórias de navegadores e dotada de um excepcional espírito aventureiro, não foi muito bem compreendida pela família.
Foi, então, que decidiu comprar roupas de
rapaz, cortar o cabelo e tentar embarcar num navio. E conseguiu. Partiu para
Mazagão, onde passou de grumete a soldado de guarnição.
Começou "o soldado" a manejar armas,
com grande destreza. Combateu por diversas vezes com grande bravura, de tal
modo que damas da nobreza se enamoram de si, sem que "o soldado"
desse mostra de vontade de casar.
Antónia Rodrigues decidiu, então, confessar a
sua verdadeira condição e, em consequência, teve de voltar a vestir as roupas
civis. Casou com um oficial e regressou ao Reino. Filipe II (III de Espanha)
concedeu-lhe uma pensão vitalícia.
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MUMADONA DIAS
Mumadona Dias (em espanhol: Muniadona
Díaz; m. depois de dezembro 968) foi condessa do Condado Portucalense e a
mulher mais poderosa do seu tempo no noroeste da Península Ibérica.
Filha do conde Diogo Fernandes e da condessa Onega ou Onecca, possivelmente tia do rei Ramiro II de Leão, foi uma célebre e rica mulher, a mais poderosa no Noroeste da Península Ibérica, é reconhecida por várias cidades portuguesas devido ao seu registo e acção.
Mumadona casou, com o
conde Hermenegildo Gonçalves, passando, porém, a governar o condado sozinha
após o falecimento do seu esposo em 943 e 950, o ano em que Mumadona, já viúva, fez a partilha com seus filhos (6) dos
bens herdados. O conde Hermenegildo deixou-a na posse de inúmeros domínios,
numa área que coincidia sensivelmente com zonas que integrariam os posteriores
condados de Portucale e de Coimbra.
Entre a segunda metade de 950 e
começo de 951, por inspiração piedosa, fundou, na sua herdade de Vimaranes, um
mosteiro sob a invocação de São Mamede (Mosteiro de São Mamede ou Mosteiro de
Guimarães), onde, mais tarde, professou. Pouco depois de 959, para a proteção
desse mosteiro e das suas gentes contra as incursões dos normandos, determinou
a construção do Castelo de Guimarães, também chamado Castelo de São Mamede, à
sombra do qual se desenvolveu o burgo de Guimarães, vindo a ser sede da corte
dos condes de Portucale.
O documento testamentário no qual faz
a doação dos seus domínios, gado, rendas, objectos de culto e livros religiosos
ao mosteiro de Guimarães, datado de 26 de Janeiro de 959, é importante por
testemunhar a existência de diversos castelos e povoações na região. Devido às
"incursões dos infiéis, que haviam assolado as proximidades, entregou o castelo ao mosteiro.
Apesar de não ser a fundadora da
Póvoa de Varzim (Villa Euracini) e de Vila do Conde (Villa de Comite), o seu
registo é pioneiro ao incluir pela primeira vez essas villas. Os topónimos de
Aveiro (Suis terras in Alauario et Salinas) e de Felgueiras (In Felgaria
Rubeans villa de Mauri) também aparecem no documento testamentário de Mumadona
Dias como o primeiro a fazer referência escrita a essas terras.
Brites de Almeida, a Padeira de
Aljubarrota, foi uma figura lendária e heroína portuguesa, cujo nome anda
associado à vitória dos portugueses, contra as forças castelhanas, na batalha
de Aljubarrota (1385). Com a sua pá de padeira, teria morto sete castelhanos
que encontrara escondidos num forno.
A lenda
Brites de Almeida teria nascido em
Faro, em 1350,de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena
taberna. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher
corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos
crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de
certo modo, desordeira.
Teria 6 dedos em cada mão, o que
teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito
trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, porque Brites amargurou a vida dos seus progenitores, que morreram precocemente. Aos 26 anos
estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.
Vendeu os parcos haveres que possuía,
resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as
aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua
própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por
piratas argelinos, que a venderam como escrava a um senhor poderoso da
Mauritânia.
Acabaria, entre uma lendária vida
pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de
uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da
zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e
castelhanos. Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha
para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que
estava vazia porque Brites teria saído para ajudar nas escaramuças que
ocorriam.
Quando Brites voltou, encontrou a porta fechada e logo desconfiou da presença de inimigos, entrando alvoroçada à
procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno,
escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não
respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá,
matando-os. De seguida, tê-los-à cozido, no seu forno, juntamente com o pão. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo
de mulheres e constituído uma espécie de milícia que perseguia os inimigos,
matando-os sem dó nem piedade.
Os historiadores, que Brites de Almeida é uma lenda mas,
assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites
foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada
pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.
2 comentários:
O que acabo de aprender é muito e de grande interesse.
Dito para amanhã a leitura sobre a valente padeira de Aljubarrota.
Um bj. e obrigado.
Antónia Rodrigues e a Padeira de Aljubarrota, estão muito envolvidas em lendas. Mumadona Dias é de facto uma mulher importante, com comprovação histórica fidedigna.
Eu penso que por trás de uma lenda, há sempre algo que aconteceu.
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