A construção do Castelo de Duíno, em Trieste, someçou
em 1389 sobre ruinas de um posto romano, e desde 2003 ele está aberto para visitas,
tendo sido consagrado pelo poeta Rainer Maria Rilke, que passou dez anos (entre
idas e vindas) no castelo escrevendo o que viria a ser conhecido com “Elegias
de Duíno”:
“Se eu gritar, quem poderá ouvir-me, nas
hierarquias dos Anjos? E, se até algum Anjo de súbito me levasse para junto do
seu coração: eu sucumbiria perante a sua natureza mais potente. Pois o belo
apenas é o começo do terrível, que só a custo podemos suportar, e se tanto o
admiramos é porque ele, impassível, desdenha destruir-nos. Todo o anjo é
terrível.” (trecho da primeira das dez elegias que compõe o livro).
O castelo está em
excelentes condições, e impressiona como a família Della Torre, dona da
edificação há 420 anos, era extremamente musical, com dezenas de
violinos, violoncelos e pianos expostos pela casa (um deles de Franz Listz),
que recebeu, entre outros, o arquiduque Franz Ferdinand, Johann Strauss, Paul
Valery e Gabriele d’Annunzio. A vista do Adriático e os jardins do palácio são
impressionantes.
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