Se ocasionalmente me perguntassem qual era o livro mais
importante que existe, eu diria sem hesitações que era a Bíblia, seja porque prisma
possa ser analisada, eu que até estou no rol dos agnósticos.
Não tenho lido grande coisa da Bíblia, aqui uma coisa, ali
outra, na íntegra li o Apocalipse, para trabalhos de faculdade, mais
concretamente as esculturas da era românica. Gostava de estar num sítio, onde não
houvesse mais nada para ler a não ser a Bíblia, para que me pudesse só
concentrar nessa leitura. Não que eu tivesse como objectivo compreender o divino,
ser possuída pelo transcendente, isso seria muito difícil. Gostava mais de ler
numa perspetiva histórica, sociológica,
antropológica. Como se lê a Odisseis e Ulisses de Homero ou a Ilíada de Vergílio.
A Bíblia (do grego βιβλία, "rolo" ou
"livro", diminutivo de "byblos", “papiro egípcio”,
provavelmente do nome da cidade de onde esse material era exportado para a
Grécia, Biblos, actual Jbeil, no Líbano) é uma colecção de textos religiosos, em
que se narram interpretações religiosas do motivo da existência do homem na
Terra.
Segundo a tradição aceite, a Bíblia foi escrita por 40
autores, entre 1 500 a.C. e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e entre 45
d.C. e 90 d.C. (livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase
1600 anos. A maioria dos historiadores considera que a data dos primeiros
escritos acreditados como sagrados é bem mais recente: por exemplo, enquanto a
tradição cristã coloca Moisés como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia
(Pentateuco), muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez
apenas após o exílio babilónico, a partir de outros textos datados entre o
décimo e o quarto século antes de Cristo. Muitos estudiosos também afirmam que foi
escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.
A Bíblia de Gutenberg é o primeiro livro impresso no
Ocidente usando a técnica conhecida como “de caracteres móveis”. Elaborada por Lutero em
Magonza, por volta do ano 1455, a obra em alemão foi um dos alicerces da
Reforma Protestante, que originou o movimento evangélico.
A Biblía é um livro denso, complexo, pode ter variadas
leituras, por isso é perene, porque está sempre actualizada, o mistério existe
e existirá. Lê-se e não se percebe e é preciso voltar a ler uma vez mais, e
continua a não se perceber, a resilência é necessária.
Não perceber é o mais importante porque desperta emoção e questionamento,
é como a poesia, cheia de metáforas impenetráveis.
Gosto das coisas herméticas, do que não consigo perceber, da
opacidade do incompreensível, tudo é mais belo e gera ideias, espaços,
procuras, meditações.
Há sempre o que fica por compreender, o que nunca poderá ser
compreendido o que poderá sempre ser posto em causa
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