A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quarta-feira, 17 de abril de 2013

OS TEMPOS QUE CORREM| A amargura de Maria do Céu Guerra:

"Não sei se este é o meu último espectáculo.
A amargura com que vou estrear este belo texto de Nascimento Rosa – nonagésima produção da Barraca no seu trigésimo sétimo ano de trabalho ininterrupto – não é suportável nem admissível.
Nenhum governo tem o direito de ser tão desproporcionado nas suas medidas e tão arbitrário nos seus fundamentos.
Depois do nosso trabalho ter viajado no País, na Europa e fora dela recolhendo distinções especiais e um carinho que estes funcionários de quem depende a sobrevivência de companhias como esta estão longe de saber o que é
Vemos que os Comissários de Cultura que gastam na administração dos seus sumptuários gabinetes ,nas consultas jurídicas que lhes respaldem os embustes e nas embaixadas milionárias em que transportam coisa nenhuma, a grande parte do orçamento que têm para administrar e fomentar a Criação Artística, aguardam ansiosos que A Barraca dê o seu último suspiro.
Estamos num país de Inveja e Histórica Mediocridade. Por que razão seria agora diferente? Desviam-se os olhos do vizinho que jaz no passeio , na pressa com que estamos de chegar ao conforto do lar.
Como disse Sttau Monteiro “ um país onde se cortam as árvores para que não façam sombra aos arbustos”.

2 comentários:

Brown Eyes disse...

A amargura dela e a nossa. Não é possível que alguém seja tão insensível, nem tão desprovido de inteligência ao ponto de não dar conta que está a afundar um país e a matar a sua gente. Beijinhos

jurisdrops disse...

Tempos de amargura disseminam-se por todos os continentes. Quem está feliz no seu espaço cotidiano? No entanto, o desabafo calou fundo pelo sofrimento desenhado por meio das palavras.
Beijos