A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

HIP...HIP...HURRAY



Nestas últimas horas de 2010, decidi passá-las de uma forma absolutamente lúdica...apesar de...
Amanhã é o primeiro dia dos 365 para pensar no CASO, mesmo não querendo pensar, o que hei-de fazer?!...

Meus amigos e minhas amigas, peguem na taça de champanhe ou no que gostarem e saudem à vida, a vida tem coisas boas e coisas más e sempre há-de ter!...
Beth, Glorinha, Alexandre, Norma, Sandra, Laura, Bombom, Licas, Maria, Chica, Teresa, Manuela, Marli, Zélia, Ema, Manuel, Carlos, Nes, Duarte, Ana Paula, Austeriana, Manuela, Socorro, Lídia, Karla, Gi, Eliane, Lúcia, Luma,Tati, Cris, Regina, Gilberto, Macã, Nilce, Malú, Profex, Astrid, Fátima, Luís, Ná, Maria Letra, Graça, Me, Helena, Pedras Nuas, Ana, São, AC, Brancaflor, Lila...e agora..e agora...não me lembro de momento...a todos, a todos, que têm sido tão especiais para mim e que nem sei como agradecer!...

HIP...HIP...HURRAY...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A QUEM INTERESSAR...

«PARTILHA, CUMPLICIDADE & AMIZADE» DESEJA AOS SEUS CLIENTES FORNECEDORES E AMIGOS UM BOM NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO, AGRADECENDO TODAS AS ATENÇÕES DISPENSADAS. A EMPRESA VAI FECHAR PARA BALANÇO E ABRE AS PORTAS EM JANEIRO DE 2011. NESSA DATA SERÁ UM PRAZER RECEBÊ-LOS COM O LEMA HABITUAL: «UMA PALAVRA AMIGA E UM SORRISO».



Deixando as brincadeiras de lado, estou a precisar de férias ou por outra estou a precisar de tempo para me concentrar noutros trabalhos. Este ano, no mundo virtual conheci pessoas muito enriquecedoras e surpreendentes, com grandes potencialidades humanas e que foram preenchendo os meus dias com prestações variadas de muito interesse. Obviamente que no leque de pessoas com quem troco opiniões, há algumas mais, mais…Não vou citar nomes, porque essas pessoas sabem quem são e são mesmo essas, que me fizeram ultrapassar certos dissabores que o blogue também me deu!


O MAIOR DOS ABRAÇOS, o desejo de PAZ, SAÚDE E AMOR
SEMPRE!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

VAMOS AO CIRCO? VAMOS!...

(Desconheço o autor deste quadro näif)

Indissociável nesta data é para mim o circo. Em miúda não podia faltar uma ida ao circo. Estou a ver-me com o meu casaco vermelho, com um carapuço enfiado na cabeça, daqueles que tapam as orelhas e só se vê a cara. Em miúda andava sempre doente e a minha mãe enchia-me de roupa, depois fui operada à garganta e ao nariz e fiquei bem.  Vi grandes companhias, o grande empresário dessa altura era o Rocha Brito, um senhor já idoso, mas com muito «charme», andava sempre com uma camélia branca no casaco. Eu adorava ir ao circo, como diz José Régio num poema «No circo cheio de luz, há tanto para ver!..». Ficava fascinada e vinha de lá carregada de sonhos: cruzar os ares, brincar com os animais, fazer as pessoas rir e depois aquelas acrobacias difíceis e malucas! Um espanto! No intervalo havia chocolates, rebuçados e algodão doce, que me deixava toda besuntada e todos diziam: «não me toques, não me toques»!



O prazer de ir ao circo perdurou em mim e depois lá chegou a altura de levar os meus filhos e continuo a ir ao circo e não me importo nada de ir ao circo mais pobrezinho, o que é montado num descampado e me faz lembrar os filmes de Fellini. Considero que a vida daquelas pessoas não é fácil e precisam de ser ajudadas.


Entretanto o circo mudou, apareceu por cá, por exemplo, uma Teresa Ricou (excelente mulher-palhaço) com novas ideias e fundou uma escola de circo e começou, a par do circo clássico a surgir o circo mais à base da acrobacia e pantomina o «boom» circense surgiu com o espantoso Cirque du Soleil, um expoente de magia e sonho!

AOS CIRCOS CLÁSSICOS, QUE CHEGAM, MONTAM A TENDA E JUNTAM EM RODINHA AS CARAVANAS ONDE VIVEM, DEIXO AQUI AS MINHAS HOMENAGENS, NÃO SÓ PELO SEU TRABALHO, COMO TAMBÉM PELAS RICAS MEMÓRIAS QUE ME DEIXARAM.

domingo, 19 de dezembro de 2010

ONTEM UM DIA RADIOSO DE SOL, HOJE UM DIA QUE ANUNCIA CHUVA...E FRIO, MUITO FRIO...

PASSEANDO NO PASSEIO ALEGRE…




[A música nada tem a ver, é apenas uma música que gosto de ouvir: It's oh so quiet da Lisa Ekdahl]

sábado, 18 de dezembro de 2010

QUANDO ELES NOS DEIXAM...

PORQUE TODOS JÁ TIVEMOS ESTA EXPERIÊNCIA, PORQUE ESTA CRÓNICA ME FEZ SORRIR, PORQUE SOU GRANDE APRECIADORA DESTA JORNALISTA E ESCRITORA, QUE SE TEM DEDICADO  ESPECIALMENTE À LITERATURA INFANTIL...NÃO POSSO DEIXAR DE INSERIR AQUI ESTA CRÓNICA, PUBLICADA ONTEM NO JN-JORNAL DE NOTÍCIAS...

Entro na sala, e é como se tudo faltasse só porque ele falta. Desde ontem que ando para aqui sem saber o que fazer, abro portas, fecho portas, olho em volta, como se isso chegasse para o fazer voltar a casa. Foi a primeira vez que passou a noite fora. E sem aviso. Ligo às amigas, na tentativa de um consolo, de uma palavra de conforto. Para isso é que se inventaram as amigas.
Nada feito.
Riem-se de mim. Deve ser a isto que se chama "solidariedade feminina".
"Cinco anos, dizes tu? Aguentou cinco anos? Meu Deus, mas isso é uma eternidade! O meu não aguentou nem dois!
"E o meu? Ao fim de um ano, adeusinho!"
Estremeço.
Nem me passa pela cabeça que ele não vai voltar.
Elas voltam a rir.
"Até pode ser que volte, não digo que não, mas vais ver, nunca mais te entendes com ele...Vem mudado, com uma linguagem diferente..."
Desligo o telefone.
A minha filha também não me ajuda:
"Ó mãe, não penses mais nisso, procura mas é um novo...
"Tu não me digas uma coisa dessas! Ele vai voltar"
"Isso é o que dizem todos"
Tento ocupar o tempo - mas sem ele é impossível.
Sem ele não consigo ouvir música.
Nem ler um jornal.
Nem partilhar histórias.
De cada vez que olhava para ele, tinha a certeza de que havia de viver o resto da minha vida ao seu lado.
A minha filha ria-se, porque esta tinha sido uma relação assumida muito tarde.
"Quem te viu e quem te vê... - murmurava ela - "Ao princípio, quando toda a gente te falava nele, zangavas-te, juravas que nunca iria entrar na tua vida...E agora..."
E agora - oh felicidade! - ouço a campainha da porta, é ele que volta, eu tinha a certeza.
Reconheço-o imediatamente, ainda antes de abrir a porta do elevador, e a minha vida volta a ter razão de ser, enquanto oiço a voz do homem que me diz:
"Prontinho, aí o tem de volta, formatei-lhe o software, instalei-lhe mais uns programas, mais um antivírus profissional, e está com três gigas. Com as deslocações, são 170 euros, mais IVA."

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QUANDO ME LEVANTEI, O TERMÓMETRO MARCAVA 0 GRAUS E NESTE MOMENTO 6, MAS O DIA É DE SOL, VOU AREJAR AQUI PARA QUALQUER ESPLANADA VIRADA PARA O OCEANO.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

2010, SKÁRMEDA, NERUDA...

Os jornais e as revistas, já começaram a fazer o balanço dos acontecimentos de 2010. Nesses acontecimentos predominam as tragédias naturais e que não são tão naturais assim, porque há factores motivados pelo homem de graves consequências e que deviam ser evitados com carácter de urgência. A ecologia está sempre na ordem do dia.



Problemas ecológicos, capitalismo selvagem, desequilíbrio social, crise económica são problemas que estão interligados e como tenho lido o que urge é encontrar um novo modelo social. Muita gente influente está consciente disso, mas partir para a prática é que é muito complicado, de tal maneira os interesses estão instalados!


Enfim isto é uma conversa diária que incomoda muito boa gente e não vou por aí. Nos dias que vou vivendo vou filtrando o que melhor a vida me pode dar.



Podem ser coisas bem simples e de simples serem bastante enriquecedoras, como foi para mim a entrevista de Antonio Skármeda, que veio a Portugal apresentar um novo livro. É um homem de grande experiência pessoal e cultura, é um homem de afectos. Quem não se lembra de «O Carteiro de Pablo Neruda», foi um filme arrebatador para muitos, assim como o livro em que se baseou de Skármeda. Inevitavelmente veio à conversa Pablo Neruda e eu «Confesso que vivi» muita poesia de Neruda e continuo a «viver». É de facto um dos meus poetas preferidos. 
Amigo


1. Amigo, toma para ti o que quiseres,
passeia o teu olhar pelos meus recantos,
e se assim o desejas, dou-te a alma inteira,
com suas brancas avenidas e canções.
.

2. Amigo - faz com que na tarde se desvaneça
este inútil e velho desejo de vencer.
Bebe do meu cântaro se tens sede.
.Amigo - faz com que na tarde se desvaneça
este desejo de que todas as roseiras me pertençam.
Amigo, se tens fome come do meu pão.
.3. Tudo, amigo, o fiz para ti.
Tudo isto que sem olhares verás na minha casa vazia:
tudo isto que sobe pelo muros direitos
- como o meu coração - sempre buscando altura.
.

Sorris-te - amigo.
.

Que importa!
Ninguém sabe entregar nas mãos o que se esconde dentro,
mas eu dou-te a alma, ânfora de suaves néctares,
.

e toda eu ta dou...
.

Menos aquela lembrança...
... Que na minha herdade vazia aquele amor perdido
é uma rosa branca que se abre em silêncio...


PabloNeruda, in "Crepusculário" Tradução de Rui Lage

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

MARCK ZUCKERBERG - PERSONALIDADE DO ANO 2010

Marck Zuckerberg, o criador da rede social Facebook, foi eleito pela revista Time como a personalidade do ano de 2010.



A revista justificou a escolha destacando a maneira com que o site alterou a forma de as pessoas se relacionarem. De facto parece algo de mágico o que acontece a nível de relacionamentos virtuais, jamais alguém pensou/sonhou com esta possibilidade de unir a humanidade. Vive-se de facto a «era do Facebook».

A ideia surgiu em 2004 quando Zuckerberg era um estudante da Universidade de Harvard.

Sobre o facebook e outras redes similares, já tive oportunidade de escrever aqui, que não utilizo e não gosto, o que desencadeou opiniões favoráveis e desfavoráveis. Cheguei mesmo a receber comentários anónimos e aproveitando a ocasião, volto a dizer que não publico comentários anónimos, não porque sejam desfavoráveis, mas porque gosto de saber quem me contacta. 


Apesar de Zuckerberg ter sido eleito pela equipe da revista,  os leitores, optaram pelo criador do WikiLeaks, Julian Assange, como a personalidade do ano de 2010.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

MORREU CARLOS PINTO COELHO (1944-2010

JORNALISTA, LOCUTOR, APRESENTADOR DE PROGRAMAS E FOTÓGRAFO MUITO SE EMPENHOU PELA CULTURA. FOI MARCANTE DURANTE UNS ANOS O SEU PROGRAMA «ACONTECE», DEDICADO A TODOS OS EVENTOS CULTURAIS.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

«NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER...» ARY DOS SANTOS

Este Natal vai ser, dizem muitos, um Natal de contenção, pensando na situação em que se vive e que para o ano as coisas vão ficar ainda mais pretas, para corroborar esta ideia, a Sr.ª. Dr. Maria Cavaco Silva, disse que não ia dar prenda ao marido, o Sr. Prof. Cavaco Silva, nosso ilustríssimo Presidente da República. Fiquei a pensar que o valor dessa prenda dá para dar muitas prendas a crianças carentes, porque essas é que merecem no Natal muitas prendas, já que a dita não estará numa situação atrofiante de ter que poupar, como está tanta gente!

Frio…neve…NATAL!
Apreciando a iconografia «imaginária», há aspectos consensuais: noite fria, o estábulo, José e Maria cheios de roupa e o menino nu ou quase, deitado na palha, com os animais a aquecê-lo com o seu bafo e a adoração de pobres e poderosos. Custa-me imaginar um Natal com calor!..

Há imprecisão na data, aliás há imprecisão em tudo!

A comemoração do Natal, já vem do século IV e derivou de uma festa pagã, que os povos celebravam por altura do solstício de Inverno.

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adoptaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), e tentaram fazê-la parecer "cristã". Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em Junho.

A tradição católica diz que o presépio surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais.

Sou sensível ao espírito de solidariedade e fraternidade, não num dia específico, mas durante todos os dias do ano. Como dizia o poeta Ary dos Santos: Natal é quando o homem quiser


O Natal, é muito uma festa do «faz-de-conta», como na guerra em que se faz a trégua do Natal e no dia seguinte a «chumbada» continua!
No Natal há muito alvoroço, é excessivo a mais, comida a mais, prendas a mais…não gosto do Natal actual! Em criança gostava muito, do simples Natal que viviamos, mas agora já muitas pessoas me faltam! O encantamento do Natal só é plenamente sentido pelas crianças e claro temos que fazer para que isso aconteça! Não é fácil!..Não tenho netos, mas lembra-me o que eu passava com os meus filhos com as prendas de Natal! Sempre fui contida e eles pela publicidade queriam este mundo e o outro! Eu notava nos seus rostos, que gostavam, mas queriam mais e nessa altura socorria-me dos lugares comuns habituais! Cresceram e o assunto ficou resolvido porque começaram a compreender melhor a vida!



A reunião familiar é muito agradável, mas durante alguns anos, era um problema, quando as pessoas se incendiavam falando de política, não dava para zanga, mas os debates eram um bocado inconvenientes, era preciso ter em atenção as sensibilidades! A não pode ficar à beira de C, nem X à beira Y! Todos iam com espírito de boa vontade e tolerância, mas às duas por três, lá vinha a política, até aprendermos a ser um pouquinho mais democratas! Hoje as sensibilidades estão mais consentâneas, no vale de queixumes, que todos têm para desabafar, mas nesse dia também não é bom para isso!


Quantas pessoas não ouço dizer: o meu desejo era dormir e só acordar no ano que vem! Não é que eu penso exactamente o mesmo!?..


Penso, mas de forma alguma iria decepcionar as pessoas que me são queridas! Vou fazer a árvore de Natal, os enfeites, que não são muitos, vou também fazer o bacalhau/polvo cozido com os legumes e a doçaria habitual… Claro que é muito bom reunir a família e como não pode ser toda, irei desejar pessoalmente um bom Natal aos mais chegados, com quem não estarei. E depois também haverá prendas, mas nada de supérfluo. É bom pensar no desperdício e poder levar o Natal aos mais próximos que fazem das ruas a sua casa ou vivem em casas muito degradadas! A miséria está ao nosso lado!


Espero que este espírito se sobreponha ao consumismo exagerado, mas claro também é preciso comprar alguma coisa e aqui vem o outro lado da questão, o comércio precisa de vender e há postos de trabalho a defender!..


BOAS FESTAS PARA TODOS

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JULIAN ASSANGE – WIKILEAKS – FIGURA DO ANO 2010


O australiano Julian Assange, aos 13 anos, recebeu da mãe um computador e nunca mais largou o mundo da informática. Com apenas 15 anos, em Berlim Ocidental conheceu e juntou-se a um grupo de hackers. Este grupo conseguiu violar os sistemas de segurança militar norte-americanos e vendeu os segredos ao KGB.



Regressou à Austrália e foi preso por 30 crimes informáticos. A vida foi muito complicada para Assange, até que rebentou a «bomba», a divulgação de documentos secretos, no seu site Wikileaks, que se iniciou com 390 mil documentos sobre a guerra no Iraque e a partir daí outros surgiram e outros vão surgir. Em Portugal trouxe à discussão os voos da CIA e presentemente o presidente do BCP é acusado de ter dado informações aos norte-americanos sobre o Irão.


O alvo preferencial de Assange são os Estados Unidos, mas as implicações são mundiais e a quem serve Assange? As especulações são muitas e é um tema de debate a nível mundial, por isso ele foi considerado a figura internacional de 2010. Assange/Wikileaks é visto, como o terceiro maior ataque à América, depois dos atentados de 2001 e da crise financeira de 2008.


Assange desde os 15 anos vive com a recordação do destino trágico do seu amigo Karl Koch em 1989 e acossado entregou-se às autoridades inglesas, entretanto o caso evoluíu e vai dar muito que falar em 2011.

domingo, 12 de dezembro de 2010

À BETH, À GLORINHA E A QUEM INTERESSAR...

Dedico especialmente este post a duas amigas especiais da blogosfera, À BETH (MÃE GAIA), porque me ensinou a fazer umas novidades, que me têm entretido, não só os mosaicos, como a visualização de slides, que é o que eu vou postar.

[Beth não está famoso, porque me custou a ordenar devidamente as fotos, vou tentar melhorar. Também te dedico estes dois conjuntos de slides, porque há tempos me pedias para publicar fotografias de Roma, mas eram tantas, que assim é muito mais fácil de ver.]



E à GLORINHA (CAFÉ COM BOLO) porque ela ama Roma, consequência de uma costela italiana, porque a outra é portuguesa.


Desejo que possam apreciar e que relativizem as falhas que ainda não consegui ultrapassar.


Aos outros meus amigos, peço desculpa, mas durante os últimos dias não tive tempo para os visitar. De seguida vou pôr a escrita em dia!

VATICANO (BACH - Chorale Partita for organ «SEI GEGRÜSSET, JESU GÜTIG)

Para mim o grande interesse da Itália è a arte e foi isso que me mobilizou a visitar os museus e a catedral. Há pessoas que costumam dizer: «eu não vou ao Vaticano, aquilo é uma provocação à miséria!» Pois é, mas o meu único móbil foi a arte! Quem aprecia a arte se for a Roma, não pode deixar de visitar o Vaticano.



PASSEANDO POR ROMA COM FUNICULI FUNICOLÁ CANTADO POR PAVAROTTI


Outro aspecto que me mobilizou a ir a Roma, foi precisamente a História, as ruínas da Civilização Romana. Roma, para além destes interesses é uma cidade agradável para se passear a pé, andando pelas suas muitas piazzas, vias, ruas e ruelas, onde pulsa o cosmopolitismo.

sábado, 11 de dezembro de 2010

OS MEUS GATOS...

Eu penso que poderia retornar e viver com animais, tão plácidos e auto contidos; eu paro e me ponho a observá-los longamente. Eles não se exaurem e gemem sobre a sua condição; eles não se deitam despertos no escuro e choram pelos seus pecados; eles não me deixam nauseado discutindo o seu dever perante Deus. Nenhum deles é insatisfeito, nenhum enlouquecido pela mania de possuir coisas; nenhum se ajoelha para o outro, nem para os que viveram há milhares de anos; nenhum deles é respeitável ou infeliz em todo o mundo.
Walt Whitman


 Ode ao Gato

Tu e eu temos de permeio
a rebeldia que desassossega,
a matéria compulsiva dos sentidos.
Que ninguém nos dome,
que ninguém tente
reduzir-nos ao silêncio branco da cinza,
pois nós temos fôlegos largos
de vento e de névoa
para de novo nos erguermos
e, sobre o desconsolo dos escombros,
formarmos o salto
que leva à glória ou à morte,
conforme a harmonia dos astros
e a regra elementar do destino.

José Jorge Letria,




Companheiros de todas as horas, com eles consigo descontrair e brincar. A gata gosta muito de dormir, também já é uma «senhora» de certa idade. O gato é um endiabrado, tem uma especial apetência pelo computador e anda atrás de mim por todo o lado. Se disser que os animais são melhores que as pessoas, digo um «lugar comum», mas até é o que eu sinto, mesmo quando me dão alguma arranhadela, porque isso é da sua natureza.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DIREITOS HUMANOS E LIU XIAOBO

HIPOTÉTICOS ( fictícios, figurados, imaginários, supostos ) DIREITOS HUMANOS!...



As atrocidades cometidas na 2ª Guerra Mundial, levaram à criação da ONU em 20 de Junho de 1945. As Nações Unidas, foram criadas pela necessidade de um mundo de tolerância, de paz, de solidariedade entre as nações, que fizesse avançar o progresso social e económico de todos os povos, não é infelizmente o que acontece.


Em 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos.


HOJE SÃO COMEMORADOS 62 ANOS DE DIREITOS HUMANOS, NENHUM JORNAL COLOCOU O TEMA NA PRIMEIRA PÁGINA, A VINDA DA LADY GAGA A PORTUGAL SIM, PORQUE DE FACTO TEM IMENSA IMPORTÂNCIA, LOGO OS DIREITOS HUMANOS NÃO TÊM IMPORTÂNCIA NENHUMA. DAS DUAS UMA, OU ESTÃO A SER CUMPRIDOS A TODOS OS NÍVEIS E NEM VALE A PENA ESTAR A FALAR NISSO OU ENTÃO PARA QUÊ FALAR NUMA COISA QUE É IMPRATICÁVEL?


 
HOJE TAMBÉM FOI A CERIMÓNIA DA ENTREGA DO PRÉMIO NOBEL DA PAZ, MAS O PREMIADO, O CHINÊS LIU XIAOBO ESTÁ PRESO, COMO SUBVERSIVO E CRIMINOSO.



A actriz sueca Liv Ullmann leu um texto da autoria do Xiaobo, originalmente proferido diante de um tribunal chinês em 23 de Dezembro de 2009.


"Não tenho inimigos e não tenho ódio". Nenhum dos policiais que prenderam ou interrogaram, nenhum dos promotores que me indiciaram, e nenhum dos juízes que me julgaram é meu inimigo."


"Eu, cheio de optimismo, aguardo ansioso pelo advento de uma China livre no futuro. Pois não existe força que possa por fim à busca humana pela liberdade, e a China, terá que ser uma nação regida pela lei, onde os direitos humanos sejam respeitados."

MANUEL DE OLIVEIRA

Na Fundação de Serralves foi exibida a curta-metragem «Painéis de São Vicente de Fora, visão poética». Tem a duração de 15 minutos e é uma reflexão pessoal do realizador sobre uma das obras-primas da pintura portuguesa do século XVI, um políptico da autoria de Nuno Gonçalves. Além de ter filmado os painéis, Oliveira deu-lhes vida, com actores representando algumas das figuras retratadas.













PAINÉIS DE S.VICENTE



Esta curta-metragem já passou pelos festivais de Veneza, São Paulo, Faial Film Fest e DocLisboa.


De referenciar também que estão passar nos cinemas, dois dos primeiros filmes do realizador, essenciais na sua filmografia e que foram restaurados e remasterizados, a curta metragem «Douro, faina fluvial« (1931) e a longa metragem «Aniki-Bobó» (1942), que também vão estar disponíveis em DVD.

ANIKI-BOBÓ (excerto)


Manuel de Oliveira, amanhã dia 11, completará 102 anos em plena actividade, tem em mãos duas longas metragens em fase de financiamento. É o mais velho realizador do mundo.

«Eu não tenho medo à morte, tenho ainda muitos projectos a concretizar»

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

JOHN LENNON (1940-1980)

Hoje perfazem 30 anos após o assassínio de Lennon. Gratificante para mim recordar este músico, que admiro como homem e como compositor/cantor. Os Beatles mudaram o mundo, num contexto de grandes mudanças, todos à sua maneira foram geniais e entre eles, JONH LENNON.

Duas excelentes canções me ocorrem logo, compostas por Lennon, IMAGINE 

http://www.youtube.com/watch?v=WXLyHLXLF8I&feature=related

e HAPPY XMAS (WAR IS OVER)

http://www.youtube.com/watch?v=fvNRHrKyaX4&feature=related

(Video com cenas bastante impressionantes)

Recordo também ALL I NEED IS LOVE ( Composta por John Lennon e Paul Mc Cartney, que teve um imenso sucesso e está dentro do espírito da época)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

GARATUJAR PARA ENTRETER...

Quando na televisão há debates, entrevistas e outras coisas no género, que basta ouvir e olhar de vez enquanto eu garatujo, é uma forma de me entreter, ou vejo Pps, ou jogo o Free Cell e ouço, ouço...Assim acontece com o «Prós e Contras», que normalmente nem apanho no início e que às vezes me irrita e mudo de canal!

Ontem o Prós e Contras, pôs de lado os políticos e colocou em debate a cidadania, é mais interessante ouvir os cidadãos...

O «busilis» da questão bate sempre no mesmo, os governantes deste país desgovernaram por completo o dito e governaram-se de uma forma indecente!

O mal, independentemente da formação que as pessoas possam ter, todos sabem qual é!

Como inverter este mal, há exemplos o pior é que isto exige uma «cambalhota» muito grande, muita coragem e determinação e eu que ando aqui, ouvindo uns e outros, estou muito convicta que sem isso, continuaremos a navegar em águas inquinadas!..

UM EXEMPLO INTERESSANTE:


http://ww1.rtp.pt/noticias/?t=Reformas-na-Suica-com-tecto-maximo-de-1700-euros.rtp&headline=20&visual=9&article=390426&tm=7

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SE A LÍNGUA NOS UNE O QUE É QUE NOS SEPARA?


Passou na Televisão uma série de programas, que tinha por objectivo fazer uma ponte entre portugueses e brasileiros. Uma das frases citadas era exactamente essa: «SE A LÍNGUA NOS UNE O QUE É QUE NOS SEPARA»?

Para mim nada me separa, como não me sinto separada de qualquer outra pessoa seja qual for a sua nacionalidade, só que com os povos brasileiros e africanos também há uma vantagem, percebemo-nos sem grande esforço.


Evidentemente que determinadas pessoas alimentam sempre preconceitos de xenofobia. De cá deste lado, a alegria exuberante é confundida em alguns espíritos com ideias como: futilidade e alienação!.. Do lado daqui passa uma imagem de um certo conservadorismo, pessoas sisudas, mulheres de preto e de bigode e a mania de…
Nem Portugal, nem o Brasil são assim, há pessoas e pessoas…
Quantos portugueses já não foram ao Brasil e outros sonham ir e vice-versa relativamente aos brasileiros, temos tanto a ligar-nos!
Claro, os portugueses foram os execráveis colonialistas, abusaram dos indígenas, exploraram as matérias-primas, fizeram o tráfico negro…enfim era o contexto da época, outros países o fizeram, mas isso já foi, para quê alimentar «chagas» passadas? O Brasil sofreu o contexto da época, pior foi relativamente aos africanos, que fora do contexto e por uma questão de teimosia de um ditador, se teimou pelas armas numa presença colonizadora.
Pessoalmente, tive pessoas de família que foram para o Brasil e por lá ficaram e nesta leva de brasileiros que há poucos anos vieram para Portugal, tenho uma sobrinha brasileira. Gosto muito de me relacionar com brasileiros e os que estão mais perto de mim são os professores do ginásio, que nos transmitem muita alegria com o seu jeitinho doce de falar!


Relativamente à cultura, desde cedo que li bastante literatura brasileira, o escritor que mais li foi Jorge Amado, que tão bem se sentia em Portugal com a sua mulher Zélia Gatai, mas li também Erico Veríssimo, Lígia Fagundes-Telles, João Ubaldo Ribeiro, Guimarães Rosa, Gibran Lemos, Machado de Assis, Quintana, Drummond, Cecília Meirelles, Clarice…e outros! A este nível os brasileiros também têm um conhecimento vasto da nossa literatura, até mesmo da contemporânea, o que não é tão frequente aqui, por opções editoriais.
A outros níveis sempre fui uma grande admiradora da música brasileira e tenho muita música brasileira, seria fastidiosa estar a referir nomes, mas a atracção foi iniciada com: Tom Jobim, Gilberto Gil, Vinicius, Milton, Chico, Elis…e outros, muitos outros! Num género de música mais erudita, também gosto de Heitor Villa-Lobos.
Relativamente ao cinema, também já vi filmes brasileiros muito bons e coloco em relevo Glauber Rocha e Ruy Guerra e lembro filmes como Pixote, Cidade de Deus, Tropa de Elite, Central do Brasil…claro que aqui também há os interesses comerciais e o cinema americano é dominante.
Já vi companhias de teatro brasileiro e as vossas telenovelas que tiveram o seu período de glória, com o aparecimento por cá de «Gabriela, Cravo e Canela», com um leque de excelentes artistas e técnicos, foram um exemplo para uma escola de telenovela portuguesa que foi aparecendo. Ao princípio ainda vi alguma telenovela, mas depois cansei-me, é um género que não me agrada, nem brasileira nem portuguesa!


Eu não sei mesmo o que nos separa? Desfasamentos linguísticos? Facto e fato? Refrigerador e frigorífico? Telemóvel e celular? A evolução da língua portuguesa nos vários países onde é falada, teve aquisições e influências diferentes, sou contra acordos ortográficos e defendo a língua viva com a sua cor local, sempre nos iremos compreender e achar muita piada aos termos diversos que as pessoas utilizam. Dentro do próprio país isso acontece! Há um falar à alentejano, à puerto, à lisboeta, a Cascais ali tão perto de Lisboa, a Viseu, sei lá…nuns sítios temos o chapéu-de-chuva, noutros o guarda chuva, as vagens e o feijão verde, o congro e o safio…


Podem dizer, mas o português escrito é outra coisa, obviamente que sim, mas as regras podem ser flexíveis, alguma vez os Estados Unidos e a Inglaterra fizeram um acordo ortográfico? E a Espanha e os países da América do Sul? E a França e as suas ex-colónias? Que eu saiba não! Se alguém souber que me diga, até porque expondo ideias estou sempre à espera de contestação e aprender mais é o meu lema! Relativamente a escrever respeitarei a ortografia que me ensinaram, embora com os contágios!.. Aliás este problema já vem de criança, do tempo dos Patinhas e Pateta, quando os livros distribuídos por cá vinham em versão brasileira! Termos africanos e brasileiros já foram introduzidos por cá e assim a língua falada ganha outro colorido.»

sábado, 4 de dezembro de 2010

E A NEVE CHEGOU...


Balada da neve



Batem leve, levemente,

como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

e a chuva não bate assim.



É talvez a ventania:

mas há pouco, há poucochinho,

nem uma agulha bulia

na quieta melancolia

dos pinheiros do caminho...



Quem bate, assim, levemente,

com tão estranha leveza,

que mal se ouve, mal se sente?

Não é chuva, nem é gente,

nem é vento com certeza.



Fui ver. A neve caía

do azul cinzento do céu,

branca e leve, branca e fria...

- Há quanto tempo a não via!

E que saudades, Deus meu!



Olho-a através da vidraça.

Pôs tudo da cor do linho.

Passa gente e, quando passa,

os passos imprime e traça

na brancura do caminho...



Fico olhando esses sinais

da pobre gente que avança,

e noto, por entre os mais,

os traços miniaturais

duns pezitos de criança...



E descalcinhos, doridos...

a neve deixa inda vê-los,

primeiro, bem definidos,

depois, em sulcos compridos,

porque não podia erguê-los!...



Que quem já é pecador

sofra tormentos, enfim!

Mas as crianças, Senhor,

porque lhes dais tanta dor?!...

Porque padecem assim?!...



E uma infinita tristeza,

uma funda turbação

entra em mim, fica em mim presa.

Cai neve na Natureza

- e cai no meu coração.



Augusto Gil, Luar de Janeiro



Uma poesia, que aprendi muito cedo na escola e nunca se apagou da memória.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

«MINHA IDEIA É O MEU PINCEL» - ANTÓNIO POTEIRO «BUMBA MEU BOI»

Bumba meu boi - António Poteiro

Citadina desde que nasci, sempre acalentei o sonho de viver numa aldeia. A primeira casa onde me lembro de ter vivido no Porto, ficava nos seus limites. As pessoas conheciam-se entre si, existia um espírito de solidariedade, os carros de bois ainda passavam pela rua e as rodas chiavam nas linhas dos eléctricos. O ambiente não era citadino, nem rural, mas tinha campos e gado a pastar. Naquela altura, quando se decidia ir ao centro da cidade, dizia-se vamos ao «Porto», quando no Porto já estávamos! Presentemente os campos desapareceram por completo e a paisagem cobriu-se de betão.



Anos depois fui viver para mais perto do centro da cidade e o bucolismo ficou, eu gostava de mexer na terra, gostava dos animais…e fiquei sempre com aquela ideia de que o que era bom era viver numa aldeia! Claro que para as pessoas mais chegadas era uma risota, gozavam comigo.


-Sabes lá o que é viver numa aldeia!?...Em poucos dias enchias-te!.. Conseguias lá passar sem o que tens na cidade! E depois dedicavas-te à lavoura? Estou a ver-te de chapéu de palha e de galochas a chafurdar na bosta!.. O que tem uma aldeia que te encante?


- Numa aldeia a vida é mais simples, mais em contacto com a natureza, mais pura!


-Isso é sonho, não me parece que gostasses de te levantar com as galinhas!..Mais simples!.. E a falta de estruturas que há? Em contacto com a natureza!.. Lembra-te das grandes borrascas, viver numa aldeia no Inverno é uma tristeza completa! Mais pura!.. Só se for de poluição, porque se te referes ao relacionamento humano, as pessoas sabem da vidinha toda umas das outras, também não têm mais que fazer!..Tu és uma lírica!..


Bem a aldeia ficou adiada, mas ter uma casa na aldeia para ir lá de quando em quando foi sempre um sonho! Quando as pessoas em certas épocas festivas diziam: vou passar uns dias há minha aldeia, ficava cá com uma tristeza «só eu não tenho uma aldeia»! A minha aldeia tem muitas casas, muitos automóveis a rolar e muita agitação!..


Tive uns convites, para férias, fins-de-semana em sítios que eu considerava paradisíacos, mas com os seus inconvenientes. Em Portuzende, lá para os Trás-os-Montes, lembro-me de estar na cama e ouvir arranhar no tecto! O que é isto? São os ratos! Tenho medo, os ratos comem as orelhas! De outra vez em Carrazeda de Anciães vim de lá feita um Cristo, toda mordida pelos mosquitos! E tomar banho? Era de bacia! E sanita? Era ao fundo do quintal! Lembro-me de ter estado também em Vila Meã e tínhamos que defender o caldo verde com unhas e dentes, as moscas vinham em voo desatinado e mergulhavam na tigela, então diziam, tira as moscas e come, estas moscas são saudáveis! Ó comes!..Mas de facto inchava por lá, a comida era especial, o vinho caseiro, a sopinha… ai a sopinha! Ia-se à horta colher as couves fresquinhas! E os frangos de pica no chão? Depois ia-se lá para a Junta ou qualquer coisa no género e tudo cantava e dançava! Enfim como em tudo, há coisas boas e coisas más! Vou-me contentando com a casa que já foi mais rural do que é agora, ali para os lados de Grijó, que tem terra, não tem ratos, nem mosquitos e moscas, mas não cheira a bois, nem a porcos!


Este quadro leva-me para a minha aldeia sonhada, quadro pintado por um ingénuo (näif), que pinta quase sempre o ideal e não o real! Casas simétricas, a igreja, árvores alinhadinhas, dia de festa…aqui a festa é do Bumba meu Boi, eu fui ver o que era! Tem a ver com uma representação popular de uma lenda de um casal de trabalhadores rurais. A mulher grávida tem desejos de comer língua de boi e o homem rouba o boi ao patrão, o boi morre e ressuscita e tudo acaba em cantos e danças, comes e bebes! É assim? Mas que importa vou continuar a sonhar com a minha aldeia!...




Blogagem Coletiva proposta pela amiga Glorinha de Leon do Blog Café com Bolo, intitulada "Minha idéia é meu pincel".


Esta é a última blogagem que tinha por objectivo, divagar sobre certos quadros. Aproveito para agradecer à Glorinha Leão as sucessivas ideias que tem tido para as blogagens colectivas, na intenção de criar ligações entre os bloguistas com um tema em comum. Espero que novas ideias possam surgir, na mente dessa incentivador da interacção e aqui lhe deixo um grande xi-coração.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MANUEL ANTÓNIO PINA - «UMA ESPÉCIE DE DEMOCRACIA»

Uma espécie de democracia



Como a generalidade dos portugueses, o leitor não fará provavelmente a mínima ideia de quem seja o sr. Oli Rehn. Devia fazer porque o sr. Oli Rehn é comissário europeu dos Assuntos Económicos e extraordinário ventríloquo, conseguindo, de Bruxelas, colocar a voz em Portugal através do actual Governo (ou de qualquer outro). De facto, quando o dr. Teixeira dos Santos ou o primeiro-ministro anunciam "medidas" limitam-se a mexer os lábios; quem realmente fala é o sr. Oli Rehn.


A coisa funciona em "mise en abîme" pois a Comissão Europeia e o sr. Oli Renh também só mexem os lábios; quem fala quando eles falam é, por sua vez, a voz dos "mercados", ou seja, da banca e da usura.


O leitor (e eleitor) estará convencido de que elegeu um Governo e um Programa de Governo. Desiluda-se, elegeu feitores. Da banca, dos "mercados", da UE e, por fim, do sr. Oli Rehn - que anunciou no dia 28, em Bruxelas, que "Portugal preparará (...) reformas estruturais no mercado de trabalho" - e do sr. Didier Reynders, ministro das Finanças da Bélgica que, "em nome de Portugal", assegurou que o Governo que o leitor elegeu irá fazer "reformas nos sectores da saúde e transportes, tal como uma reforma do quadro orçamental". E, se eles o asseguraram, não tenha o leitor dúvidas de que o Governo cumprirá, independentemente do que estiver no Programa de Governo.


Consta que Portugal é um Estado soberano. E uma democracia


Fonte: JN (Jornal de Notícias) Porto

terça-feira, 30 de novembro de 2010

«JOSÉ E PILAR»




JOSÉ E PILAR


Documentário de Miguel Gonçalves Mendes, feito pela sua grande admiração por Saramago e para que existissem registos pessoais do escritor. Premiado pelo público como melhor documentário na Mostra Internacional de cinema de São Paulo.


O realizador andou quatro anos com as câmaras atrás deles, por todos os lados. O documentário começa em 2006, quando Saramago tem a ideia para escrever «A Viagem do Elefante» e vai até ao lançamento do livro em 2008 no Brasil. São focados os anos do endeusamento máximo (a inauguração da biblioteca de Lanzarote, a grande exposição iconográfica, as repetitivas entrevistas pelo mundo inteiro, a criação da Fundação José Saramago), mas também a doença e o contacto com a morte.


O documentário mostra sonhos, divagações de um homem sobre a vida, dúvidas, o cansaço pela exposição pública, as rugas das mãos, o amor e a iminência da morte. A célebre ampulheta existencial.


«As melhores coisas da vida aconteceram muito tarde e o tempo é muito curto» Saramago


Um homem calmo e melancólico, uma mulher-bálsamo, mas muito «espanhola», que lhe dá garra para a vida, que o orienta e ajuda, que teve um papel fundamental na vida do escritor, que muitas pessoas desconhecem.


«Se eu tivesse morrido antes de conhecer a Pilar teria morrido muito mais velho». Saramago


O realizador ficou surpreendido com o Saramago na intimidade, com a sua doçura e o seu humor.
«As pessoas dizem que Saramago era arrogante e ele dizia que não tinha culpa da cara que tinha e que muitas vezes as pessoas confundem arrogância com timidez! Saramago dizia que era tímido e humilde, qualidade que falta a muita gente».


«Amo Portugal, mas o país é muito estranho, só em Portugal sou tratado como um analfabeto!» Saramago


O escritor foi polémico, comunista assumido, ateu militante, sacrílego contestatário da herança do cristianismo mas sempre teve o cuidado de afirmar, que o que dizia era apenas a sua «visão do mundo».


Quando Saramago viu o documentário disse a Pilar.


«Pilar, isto é uma grande dedicatória de amor à tua pessoa.»


Ela respondeu:


«Sim, e a minha vida também é uma grande dedicatória de amor.»


«José e Pilar», um documentário que não perdi, que seria mau ter perdido e que não deve ser perdido.


"José e Pilar" é um filme sobre o tempo: os três anos que reconstitui, a duração das peripécias seleccionadas, o muito tempo que fica de fora na montagem, o tempo que falta para completar uma obra começada verdadeiramente aos 60 anos. Poderia ser um "filme-fleuve" de 50 horas, poderia optar por mais cortes, mas a grandeza do romance documental retrata-se nessa hesitação, nessa noção de que vida e morte não cabem no espaço exíguo de uma projecção. Por isso, o essencial passa menos pelo conteúdo (Saramago é sobretudo um pré-texto) do que pelas formas. "José e Pilar" é um documentário, mas também um documentário para acabar com a ilusão do documental puro. Mário Jorge Torres