U.E. foi a melhor e a mais atraente utopia política, um «magnificent
concept», para muitos. Este processo de integração europeia, começou a ser
construído na ressaca da II Guerra Mundial, inspirando-se na Paz, mas as
lideranças atuais são tacanhas, fechadas, medíocres, sem a determinação
fundadora de um Adenauer, Schuman, De Gasperi ou de estadistas como Helmut
Kohl, Mitterrand, Delors, Willy Brandt, Schmidt.
As causas da crise, iniciaram-se com a crise económica global da falência
do banco de investimento americano Lehman Brothers e o seu efeito dominó em
outras instituições bancárias, mas outro aspeto há a considerar: o endividamento
público elevado de certos países, casos de: Grécia, Portugal, Espanha, Itália e
Irlanda. A União Europeia, não soube coordenar, nem resolver essa situação e as
consequências são evidentes: fuga de capitais de investidores, escassez de
crédito, aumento do desemprego, descontentamento popular com as medidas de
redução de gastos, como forma de conter a crise, diminuição nos «ratings», dos
países e bancos mais envolvidos na crise,
queda ou baixo crescimento do PIB, contaminação para países fora do
bloco, que mantêm relações com a União Europeia.
A crise pode, de acordo com alguns economistas, causar
recessão económica mundial.
A Europa caminhou para
preocupações medíocres, falta de visão democrática, liderança pedante, muito
longe do processo inicial de integração europeia, indo beber dos mesmos males
de que sempre padeceu o Continente: egoísmo e divisão e esta situação pode bem levar
a outra guerra.
Não se pode negar de todo a possibilidade desse risco, pensemos no caso da
Jugoslávia, uma federação supranacional que se desagregou, cujos povos viviam
em comum e que se mataram uns aos outros!
Num continente que viveu em guerra permanente até à 70 anos, a U.E., quis
trazer paz e prosperidade, assim como democracia a vários países. A ideia
baseava-se numa igualdade, apesar dos países não terem a mesma situação
económica, mas igualdade de direitos políticos. Atualmente um país dita as
regras do jogo, a Alemanha e Merkel diz: os países que estão a ser assistidos
ou aceitam as regras do jogo que eu vou ditar ou acabou-se a assistência. Essas
regras, referindo por exemplo a situação em Portugal, levam a que o orçamento
de estado seja aprovado primeiro em Berlim e depois na Assembleia da Republica
portuguesa. Merkel tem revelado egoísmo e tomado medidas fracas e retardadas,
quando se espera uma atitude corajosa, ousada e empreendedora, reconstruindo a
esperança de uma EUROPA/CASA COMUM.
A situação está complicada com a ditadura dos mercados, seria necessária
uma vontade política forte para que os países se consertassem e fosse possível
controlar os mercados. A ditadura dos mercados consiste em criar um círculo
vicioso, criando medidas de austeridade, que levam os países à recessão e
depois juros mais altos e mais crise! Um caminho para o abismo!
Toda a gente antevê o fim da União Europeia e ninguém faz nada! Para muitos
a Europa, união de países a 27 tem os seus dias contados. A ideia de uma Europa
Unida acabou e salve-se quem puder!
Portugal, pequeno país
periférico, sempre tão dependente, irá sobreviver à crise e às medidas
draconianas da Troika
(Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário
Internacional (FMI))? O futuro parece bastante negro, com políticos fracos e sem qualidades,
plenamente subservientes à Srª Merkel. As
manifestações proliferam, a contestação aumenta dia a dia, Portugal que futuro?
m.s.
1 comentário:
Olá, aqui tens uma boa reflexão, devias colocar o tema no face...a U.E. é mesmo uma grande utopia. Beijinhos
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