HOPE - George Frederic Watts |
Confortamo-nos com histórias laterais,
evitamos o toque, há risco de contágio;
por mais que preservemos a franqueza
passou o estágio já da frontal alegria:estamos bem, obrigada, embora aquém
de antes – entretanto admitimos não
saber, e enquanto resta isto indefinido,
mesmo com luvas, pinças de parafina,
não sondamos mais, sob pena de crescer
um quisto nesse incisivo sítio onde
achámos sem tacto que menos doía
Margarida Vale de Gato
[in Mulher ao Mar, Mariposa Azual, 2010]
«Não concebo viver sem ser pela escrita. Não me considero uma poeta por aí além". "A minha primeira poesia sempre foi muito lírico-amorosa. Depois, houve uma viragem, onde a poesia anterior se integrava, para uma investigação. Fazia parte de um lado académico: até que ponto é que podemos encontrar uma voz feminina, até que ponto isto faz sentido? Por exemplo, alguns dos meus poemas preferidos de mulheres e sobre mulheres foram escritos por homens - estamos a falar das cantigas de amigo". "O que eu faço em muito poemas é encenar vozes de mulheres. Aparece uma base autobiográfica, mas, na maior parte, são Eus líricos encenados". Sylvia Plath, Emily Dickinson, Anna Karenina, Christina Rossetti, são algumas das presenças que atravessam os poemas.
Margarida Vale de Gato
(Estranhei essa poetisa de nome Anna Karenina, é brasileira, encontra-se neste bloguehttp://poetisaannakarenina.blogspot.pt/)
2 comentários:
Vou ver esse blog. Adorei a Anna Karenina de Tolstói. Beijinhos
Eu também, um filme realmente que enche o olhos, com uma cenografia e fotografia muito boas, apesar da história ser super conhecida!
Beijinhosssss
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