A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quinta-feira, 7 de julho de 2011

O QUE AS CRIANÇAS SENTEM E NÃO DIZEM…

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A Joana é uma criança, muito vocacionada para o artesanato, a pintura e a música. Algo tímida, mas muito observadora. Sempre com um sorriso nos lábios e uma expressão de ternura!
Com 11 anos é uma miúda já precocemente a caminhar para a adolescência! Não fala muito, mas sabe o que quer é muito determinada no que gosta e não gosta! Adora os Beatles! O seu quarto…é um altar à beatlemania!... Começou a tocar cedo, primeiro viola, depois entusiasmou-se com a bateria e até já compõe música! Tem o seu mundo, um mundo especial que só se vê pelas coisas que a rodeiam! 
Perscrutar a Joana não é fácil, tem o seu sorriso carinhoso... mas há sempre nela uma distância!
A Joana escondia algo, um turbilhão de inquietações e uma angústia silenciada…só se veio a descobrir, porque a Joana ia para a cama, não conseguia dormir, queria sempre a mãe ao lado e, até de madrugada os seus olhos não se fechavam…dias atrás de dias!..
Ninguém conseguia arrancar nada da Joana…uma psicóloga foi o recurso…e a Joana falou!
A Joana estava a sofrer calada e disfarçando, as grandes mutações ocorridas na sua casa. O ambiente não era mais o mesmo! A empresa do pai foi à falência, o pai ficou com uma depressão, a mãe foi pelo mesmo caminho…depressão e uma fibromialgia, que não a deixava fazer nada…difícil aguentar o seu trabalho como assistente social…a alegria da casa foi-se…as conversas diminuíram, falavam o essencial…e a situação arrastou-se…arrastou-se durante meses!
A Joana ficou cheia de medos…o pai não era o mesmo…a mãe chorava muito, ficou extremamente magra…A Joana pensava: será que a mãe ia morrer?
Esta é uma situação real da vida… A Joana começou a tomar calmantes, os pais tentaram mudar o ambiente em casa, a família ajudou…
Muitas vezes, nos tempos que correm a família não pode ajudar muito financeiramente, mas há uma ajuda importante, que é fazer-se presente, conviverem, fazerem «festinhas», de um leva uma coisa, outro leva outra…e um canta…um toca…outro dança…contam-se histórias e as pessoas animam-se…nada de lamúrias que agravam os problemas e não levam a nada…
A Joana gradualmente deixou os calmantes…Claro que o pai não arranja emprego...que a mãe tentou ir trabalhar e acabou por voltar para a casa...mas o meu pai está a fazer um curso, a mãe deram-lhe a hipótese de deixar de trabalhar num bairro muito problemático e ir dirigir um lar de idosos...também não é fácil, mas para uma assistente social nos tempos que correm nada é fácil!!! 

12 comentários:

Bia Jubiart disse...

Bom dia Manu!

No meu país sentem muita coisa, não dizem... E pouco são assistidas socialmente...

Mas podemos melhorar e buscar melhores caminhos, como sua amiga está buscando...

Um dia luz para vc!

Beijosssssssss

www.amsk.org.br disse...

A depressão é cdavez mais presente na vida e no cotidiano. Que bom que prestaram atenção a tempo, a Joana é uma previlegiada. Muitas crianças sofrem pela desatenção dos adultos.

um grande bj

Homeopatas dos Pes Descalços

anamar disse...

Manú,
a estória da Lena era mais bonita...
Mas sei o que isso é...
Dezena de" Joanas e Pedros"... passaram-me pela mão enquanto professora e havia estórias terríveis.
Todos os alertas são poucos..
Beijinho e obrigada pelas estórias de vida...
Ana

pensandoemfamilia disse...

Oi Manu
As crianças são como esponjas, absorvem tudo. Dizemos que sinalizam os problemas famiiares s serem vistos ou revistos.

Unknown disse...

A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes.

Beijo.

Valéria lima disse...

Uma situação comum em muitas famílias.

BeijooO*

chica disse...

É tão triste ver sentimentos assim e infelizmente, vemos tanto! Pena!beijos,tudo de bom,chica

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Muito tristes mas verdadeiras estas histórias com as crianças, sei disso também pela curta experiência que tive no ensino com crianças.

Obrigada por ter abordado este tema, sempre tão pertinente e urgente.
Beijinho

Artes e escritas disse...

São os tempos. Um asilo de idosos pode ser melhor que conviver com um bairro difícil, depende do ponto de vista. Afinal,tudo é escolha nessa vida. Um abraço, Yayá.

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Colocar um filho no mundo é algo extraordinário, mas de muitíssima responsabilidade.
E nem sempre os pais se dão conta do que se passa na cabecinha de uma criança.
Adorei, amiga!
Sua amizade me faz mais feliz!
Suas visitas aos meus blogs tornam o meu dia bem melhor!
Acompanhe as atualizações dos meus 28 blogs aqui: http://blogsdasoniasilvino.blogspot.com e aqui blogsdasoniasilvino2.blogspot.com
Beijos meus, muuuuitos!
Sônia Silvino's Blogs
Vários temas & um só coração!

Laços e Rendas de Nós disse...

Na vida profissional, passam-me muitos casos idênticos.

Cada vez mais devemos estar atentos, pois a vida desmorona-se de um dia para o outro e os mais atingidos são, de facto, as crianças.

Beijo

By Me disse...

Exactamente, o que as crianças sentem e não dizem!!!! Parabéns por este texto tão verdadeiro e real!!!!

Beijo grande