A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quinta-feira, 5 de maio de 2011

PASSEIO ATÉ À RIBEIRA COM A MÚSICA da Fanfare Ciocarlia

As fotografias começam na saída do eléctrico e logo pela frente está a Igreja de S. Francisco, riquíssima, a mais rica em talha dourada, visita imprescindível e para quem não se impressionar ao lado, além de poder ver um museu de arte-sacra, também pode ver um cemitério subterrâneo onde grande parte de esqueletos e caveiras estão visíveis.



Descendo para a Praça da Ribeira pela Rua da Reboleira, encontra-se logo uma casa da Idade Medieval (séc. XIV), segue-se a conhecida casa de fados «O Mal Cozinhado» (contrariamente a Lisboa, o Porto só tem três casas de fado).


Caminhando rua abaixo, chega-se à Capela da Sr.ª do Ó, esquina da rua onde se encontra a Casa do Infante.


[O edifício da velha Alfândega está ligado à figura do Infante D. Henrique que, segundo a tradição, teria nascido neste local, em 1394. A origem portuense do Infante D. Henrique é conhecida através do cronista Fernão Lopes. No Arquivo Histórico Municipal do Porto existe o documento com as despesas efectuadas durante as festas do seu baptizado. A ligação do nascimento do Infante a este edifício entronca numa tradição popular. Sabemos que a torre norte foi habitação do almoxarife do rei, podendo ter sido este o local de estadia da corte. A credibilidade da versão popular assenta ainda no facto de se tratar do maior edifício civil do burgo e de ser propriedade da coroa].

Prosseguindo, aparece o mítico café-concerto Aniki Bobó, em alusão a um dos filmes feitos por Manuel de Oliveira, com o mesmo nome. A seguir o Restaurante Postigo do Carvão, sítio de boas noitadas!

[Das 18 portas e postigos das Muralhas Fernandinas, construídas no século XIV em torno da cidade do Porto, o Postigo do Carvão é o único que sobreviveu até aos nossos dias.]



 
Chegada à Praça da Ribeira, encontra-se o S. João (santo da grande festa da cidade, com particularidades muito especiais), estátua feita por José Cutileiro e depois o Cubo da Ribeira, insólita escultura de José Rodrigues.



Na Pr. da Ribeira existem muitas esplanadas onde se pode ver o rio Douro, a Ponde de D. Luís que faz ligação com Gaia, onde se localiza o Mosteiro da Serra do Pilar e os novos funiculares, que ligam a parte superior de Gaia ao cais.


No meu trajecto passo pelo Restaurante Marina, local de tradição de bons convívios, chego ao Peter, o célebre café dos Açores que abriu portas na Ribeira e vou para a rua da Lada, passando pelo Bar-concerto o Duque.


[Deocleciano Monteiro, popularmente conhecido por Duque da Ribeira, ( 1902 – 1996) foi um barqueiro e figura carismática da cidade do Porto. Com apenas onze anos, salvou um homem de morrer afogado no rio e, a partir daí, foi protagonista de inúmeros salvamentos naquele local ao longo de décadas. Foi alvo de diversas homenagens. A praça junto à Ponte Luís I recebeu o seu nome, tendo sido colocada uma lápide no local, com busto de José Rodrigues.


Elevado ao estatuto de figura pública, o Duque da Ribeira conviveu com diversas personalidades portuguesas e estrangeiras e no seu livro de autógrafos constavam as assinaturas da rainha Isabel II, de Inglaterra, dos presidentes portugueses Ramalho Eanes e Mário Soares e do presidente de Moçambique Samora Machel, entre muitos outros.]


Seguindo pela Rua dos Canastreiros, meto pelas arcadas para chegar ao restaurante Chez Lapin , lembrando as noitadas inesquecíveis lá passadas e a Maximiana, uma senhora que nos tratava muito bem da barriguinha e alinhava com as nossas larachas. Sempre deixavamos um poema ou prosa, ali lavrados e que depois se escreviam na parede, paredes que estavam à disposição para isso mesmo e onde se misturavam várias línguas.


Depois nada como ficar na Pr. da Ribeira a beber um fino ou fininho, forma como no Porto se chama a um copo de cerveja, acompanhando com uns tremoços, que as pombas sempre disputam. Há sempre espectáculo improvisado.


Uma passagem ainda pelo cais da Estiva e regresso ao eléctrico pelo Muro dos Bacalhoeiros rumo à Foz.


Obviamente que a Ribeira não se esgota neste passeio, o emaranhado de ruas e vielas é grande, o que dá para muitas opções de passeio.






Na Av. Brasil na Foz, a célebre estátua do Salva Vidas de Henrique Moreira e o intrincado mistério da "Casa Manuelina", que se encontra fechada e muito degradada. O último residente foi um sapateiro, que vindo de África a ocupou ilegalmente, durante 20 anos e assim ficou a ser conhecida como a «casa do sapateiro». Tem dono? Vai cair aos bocados? Pesquisando um pouco encontrei pouca coisa!


[O verdadeiro nome é Casa do Relógio de Sol e nada tem de manuelino. A casa foi construída em 1910-11, por ordem de um capitão de artilharia republicano. O projecto de arquitectura é atribuído a José Teixeira Lopes, irmão do famoso escultor António Teixeira Lopes.


A casa é uma marca do tempo em que a Foz começou a afirmar-se como o local de residência de uma certa burguesia, que ia a banhos. A casa é também sintomática de um tempo em que o pastiche era comum.


Uma das particularidades desta casa encontra-se nas janelas, o arquitecto introduziu no projecto vários elementos de arquitectura manuelina, cada janela reflecte uma variante desta corrente arquitectónica.


A casa chegou a estar em vias de classificação mas foi retirada da lista de património pelo IGESPAR em 2008.]


É pena que mesmo não tenha sido classificada, esteja naquele abandono, por muito kitsch que possa ser, ainda assim era interessante a sua conservação e poderia ter vários destinos.


Mais á frente, um senhor entretêm-se a dar pão aos pombos…a Pérgula (à quem escreva Pérgola) da Foz…e o mar…um banco sobre o mar…

7 comentários:

♕Miss Cíntia Arruda Leite ღ disse...

Ahh que passeio maravilhoso!! Portugal que linda você é!!

Manu, desculpe minha longa ausência, mas agora estou de volta ao mundo dos blogs e morrendo de saudades das amigas!!
Queria conversar com você, por e-mail, sobre minha possível, futura viagem a Lisboa... beijos

Nilce disse...

Que delícia esse passeio que fiz contigo Manu.
Portugal, Portugal, sempre sonhei conhecer-te.
Um dia eu chego lá.
Obrigada pela bela viagem.

Bjs no coração!

Nilce

www.amsk.org.br disse...

Um banco sobre o mar ... nao preciso de mais.

bjs

Cozinha dos vrurdóns

Lilá(s) disse...

Que coisa tão boa ao fim de um dia inteirinho "trancada" na escola...adorei este passeio quase me senti caminhando contigo rua abaixo! que bela passeata...
Bjs

Laura disse...

Devias ter ido para Guia Turistica, tens cá uma lata para relatar tudo que até dá gosto ler-te, além de que já me levaste pelas ruas e vielas do Porto, almoçamos na Ribeira que eu adoro, e assim...Guia Turistica assenta-te que nem uma luva...

Um beijinho.

laura

Anónimo disse...

Amei passear com vc!
Bjs.

manuela baptista disse...

obrigada pelo passeio!

um abraço

manuela