A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»
MARTIN LUTHER KING
segunda-feira, 23 de maio de 2011
SÓ PARA OS ROMÂNTICOS...
Vou enviar-te uma carta
Crónica de: LUISA CASTEL-BRANCO
Não uma mensagem por telemóvel, ou um email. Não, uma carta como se fazia dantes. Vou comprar um selo (quanto custará?), envelope e papel ainda por aí tenho.
É outra coisa, sabes?
Já me vejo a ponderar cada palavra, porque numa carta as palavras têm um peso diferente, uma força muito maior.
Hoje a vida é feita de rapidez, aceleração e tudo é descartável, dos objectos às amizades, e claro o amor. O amor tornou-se tão antigo como as cartas, as que têm selo. A paixão, essa, é actual e constante. Toda a gente tem necessidade de estar apaixonada. E raros são os que conhecem o amor, porque para tal é necessário tempo, empenho, sacrifício e alegria.
O amor passou de moda. Ninguém quer sofrer, ou lutar, ou investir numa relação, ultrapassar os momentos difíceis e acreditar que há um futuro.
Por isso a sociedade anda assim, perdida, desolada, sem sonhos.
É altura de voltar às cartas de amor ou de tristeza, não importa.
Desde que gastemos tempo, carinho e coloquemos dentro do envelope, que fecharemos lambendo lentamente a tira de cola, um pedaço de nós.
Por isso, quando a receberes no teu correio, entre as muitas folhas de publicidade, as contas da casa, a correspondência do Banco, sei que vais olhar com espanto (há quanto tempo não recebes uma carta pessoal, escrita à mão?).
Talvez me respondas de volta. Quem sabe.
Talvez comecemos a trocar correspondência e eu guarde as tuas palavras numa gaveta perfumada, palavras escritas sem pressa, sem outro objectivo que não conversarmos os dois, com o tempo no relógio parado.
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15 comentários:
Era tão boa a época das cartas.
Nelas chegavam junto o carinho, o pensamento da pessoas , um tempinho perdido conosco...Lindo! um beijo,ótima semana,chica
Manu a crônica é muito boa e acabo de ter uma idéia: meus pais moram no interior, vou enviar uma carta para eles.
Boa semana
Xeros
"Até porque há tempo para tudo".
Um beijinho... selado.
Hum.... e eu que adoro receber cartas...
Beijo para a Invicta
A carta, para mim sempre representou o romântico, a surpresa, o afeto, a saudade palpável...
Vou espalhar que escrever carta é "fashion", quem sabe não despertamos os mais jovens para umas das coisas mais linda que o ser humano fazia e não faz mais com tanta freqüência: Reportar suas emoções através das palavras...Através das cartas...
Manuela vc me deixou com mil saudades...
Beijoooooooooo
Uma crónica bastante pertinente. De facto... já ninguém escreve cartas de amor, talvez "ridículas" como diz o poeta, mas insubstituíveis.
Uma ideia ressalta deste texto - a velocidade a que vivemos e os efeitos nefastos ao nível das relações afectivas.
Um beijo
Românticos são poucos
Românticos são loucos
Desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro
É o paraíso...
Românticos são lindos
Românticos são limpos
E pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha
E sem juízo...
São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos
Vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo
De outra desilusão...
Romântico
É uma espécie em extinção!
Romântico
É uma espécie em extinção!
Vander Lee
Bjs Manu
Lindas as cartas de amor.
Beijo meu.
Sabe que ainda semana passada pensei nisso? em como deverímaos voltar a escrever cartas...e não só as de amor, para os amigos tb, mandar postais...era um tempo mais doce, mais afável, onde as coisas aconteciam sem pressa...lindo texto minha amiga, adorei! Estamos mesmo em sintonia! Beijos mil,
escrever o amor sempre sempre...
bjos manu!
Eu sou saudosista. Já fiz também um post falando das Cartas de amor.
bjs
Oi Manú!
Dia destes ainda comentei sobre esse tempo em que tínhamos todo o tempo ao escrever e enviar um pedaço de nós neste papel...
Espetacular teu post!
Um beijo
Oi Manu
Admirável o texto.
Realmente a paixão transformou-se em bate-papos virtuais e assim como vêm, rapidamente se vão.
Como as cartas continham amor, saudades, confidências, fidelidade e muito carinho.
Precisamos voltar a escrever cartas, à mão.
Bjs no coração!
Nilce
Manuela, lembro-me dos envelopes recheados que o carteiro me trazia...era uma emoção...e escrever um desafio...conheci poetas,jornalistas,pintores...e algumas dessas cartas guardo-as como recordação do tempo em que tinha imenso tempo...dava tanto prazer...e esse tempo ficou tão distante...depois mudei de casa duas vezes e por conseguinte muitos hábitos se perderam...hoje quando saio e volto abro a caixa do correio e só encontro contas e mais contas e publicidade...sei que não existem cartas de amigo nem de amor...mas é como se ainda fosse encontrá-las...
Gostei muito ...sou uma romântica incorrigível...:)
Beijo
Já enviei tantas cartas e já recebi tantas outras... Já esperei pelo carteiro em dia de nevoeiro ou mesmo em manhãs de sol brilhantes.
Grandes tempos em que as correspondências nos despertavam magias e o esperar por elas era mágico e cheio de cores...
Hoje tudo é tão rápido...
Estamos a nos falar com conhecidos e desconhecidos quase em real time...
Uma postagem fabulosa!!!
Deu-me uma ponta de saudades!!!
Abraços
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