A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




terça-feira, 4 de janeiro de 2011

IF

A Esfera dos Livros publicou o poema If de Rudyard Kipling numa edição de luxo, com tradução de Isabel Stilwell e ilustração de Mauro Evangelista.



O livro, é lindíssimo. As ilustrações de Mauro Evangelista são cheias de simbolismo e recurso a muitas personagens dos clássicos - dos gregos aos europeus.


O poema conhecido como Carta a um Filho, foi composto por Rudyar Kipling em 1910. Em 1995, uma sondagem da BBC apontou-o como o poema mais apreciado na Grã-Bretanha.


Citado em filmes e canções, traduzido em todo o Mundo, invocado pelos mais velhos, ampliado em cartazes, reduzido em postais, é um poema duro, que exorta a nunca se render, a andar sempre de cabeça levantada, a não se deixar enganar, a não perder o sentido da responsabilidade inclusive nas circunstâncias mais adversas. Ater-se a este código de conduta é, sem dúvida alguma, muito difícil. Mas este discurso dito em voz alta, solene, calmo, íntegro, sem medo de utilizar palavras transcendentes, evoca um mundo de nobres valores luminosos e eternos


SE


Se és capaz de manter tua calma, quando,

todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.

De crer em ti quando estão todos duvidando,

e para esses no entanto achar uma desculpa.



Se és capaz de esperar sem te desesperares,

ou, enganado, não mentir ao mentiroso,

Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,

e não parecer bom demais, nem pretensioso.



Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,

de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.

Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,

tratar da mesma forma a esses dois impostores.



Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,

em armadilhas as verdades que disseste

E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,

e refazê-las com o bem pouco que te reste.



Se és capaz de arriscar numa única parada,

tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.

E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,

resignado, tornar ao ponto de partida.



De forçar coração, nervos, músculos, tudo,

a dar seja o que for que neles ainda existe.

E a persistir assim quando, exausto, contudo,

resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!



Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,

e, entre Reis, não perder a naturalidade.

E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,

se a todos podes ser de alguma utilidade.



Se és capaz de dar, segundo por segundo,

ao minuto fatal todo valor e brilho.

Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,

e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!


Rudyard Kipling

(Tradução de Guilherme de Almeida)

12 comentários:

lolipop disse...

Olá Manuela...
Sabe que mal vi o livro o comprei...Gosto muito de Rudyard Kipling...se bem que ache que os seus poemas percam um pouco com a tradução.
há algum tempo atrás, pedi a ajuda da Ná para traduzir o intrincado texto que ele escreveu dedicado ao Grande Buda de Kamakura no Japão...É belissimo.Publiquei parte.
E para responder ás perguntas que me fez no Banzai...sim, o Japão tornou-se uma paixão tão grande que desatei a investigar e a ler tudo o que posso sobre uma cultura que me fascina e que estou muito longe de desvendar...
Beijosssssssss

Unknown disse...

Um dos meus preferidos!
Bom Ano!!

Beth/Lilás disse...

Uau! Que show!
Não conhecia e adorei ler por aqui.
beijão carioca

Elisabete disse...

Lindissima poesia.Lia em voz alta encheu-me o coração.
Obrigada mana.

Glorinha L de Lion disse...

Manu, quanta sabedoria num único poema! Esse poema é um dos mais bonitos e verdadeiros que conheço, pois ensina o que é ser um ser humano de verdade, coisa que poucos conseguimos ser durante muitos momentos da nossa vida, ao fraquejarmos ou desistirmos, seja dos sonhos, ou diante da arrogância que muitas vezes nos enreda. Linda forma de começar o ano! Beijos amada amiga!

Branca disse...

Um poema que me acompanha desde os tenros anos da adolescência e muitas vezes ao longo da vida o tenho lido e reflectido, sem me cansar.
Beijos para ti e obrigada por mo fazeres ler mais uma vez.

Branca

São disse...

Conheci o poema através da declamação feita por João Villaret na minha adolescência e sempre o achei um código de conduta.

Morte e Vida Severina também li ainda muito nova, porque sempre me impressionou a tragédia sofrida dos retirantes do Nordeste brasileiro.

Um bom dia para si.

Unknown disse...

Para decorar,entender e usar pela vida fora.

Beijinhos e tudo de bom para 2011.

MJ FALCÃO disse...

Kipling é extraordinário! Li,mas não tenho "If"! Vai ser a ocasião de o comprar para ler e oferecer...
Que tal experimentar esta receita???

http://cozinhadosvurdons.blogspot.com/2011/01/as-batatas-de-mj-falcao.html
Foi uma surpresa do Novo Ano que tive... E esta?
Um abraço forte
o falcão

Laura disse...

Oláááá, portas abertas, aleluia...

Este poema vi-o na parede do trabalho de uma amiga querida a quem chamo de mãezinha, no escritório, digamos um cartaz de algum metro de alto, e li-o todo, sentei-me à ma´quina que ainda era manual e letra por letra copiei-o todo, e tenho-o guardado na caixinha das minhas recordações, postais de aniversário e de natal desde os meus 15 anos... tinha 17 quando o li, amei... que incrível lembrares de o publicar.

beijinho da laura

chica disse...

Que maravilha de poema...Esse livro deve ser5 lindo! Belo post.beijos,chica

Lulú disse...

Olá Manuela, tenho passado pouco, por aqui. passei agora, gostei muito desta sua postagem, e vou voltar com mais frequência.
Um 2011 de muita paz para você.
Maria Luiza (Lulú)