A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




sábado, 17 de fevereiro de 2018

CONVENTO DO MONCHIQUE


Quem alguma vez ouviu falar no Convento de Monchique? Quem já se questionou sobre o porquê do Porto, sendo desde sempre uma das cidades mais importantes de Portugal, não ter – pelo menos que seja conhecido – um edifício de estilo de arquitetura manuelina? Poder-se-ia responder que foi um estilo que ficou pelo Sul, por ser lá que se encontrava a corte. Mas essa resposta não serve porque no Norte também existem grandes exemplares, como é exemplo a Igreja de Freixo de Espada à Cinta.

Este convento ainda existe. Situa-se em Miragaia, num estado de ruina tal que aparenta tratar-se de uma ruina vulgar sem qualquer importância. Partes importantes deste edifício foram construídas no reinado de D. Manuel I e, apesar da bela abóbada ter desaparecido, ainda subsiste uma espécie de torre com ameias e cones manuelinos. A abóbada da igreja ainda existia no século XX, mas parece que um antigo proprietário achou-a tão bela que a desmantelou para a reconstruir em sua casa.



É estranho este desprezo e esquecimento a que foi votado este convento. Ainda no século XIX era tido como um dos mais belos e ricos do Porto. Além do seu ímpar estilo arquitetónico é de notar que o Convento de Monchique protagonizou o momento alto do “Amor de Perdição” que nos narrou Camilo Castelo Branco.


O Convento da Madre de Deus de Monchique de Miragaia era feminino, pertencia à Ordem dos Frades Menores, e à Província de Portugal da Observância.
Em 1533, foi fundado, no sítio de Monchique (local onde existia uma sinagoga, em pleno território da judiaria) na freguesia de Miragaia, fora dos muros da cidade do Porto.
No ano seguinte, terminou a construção do edifício.
Os fundadores D. Pedro da Cunha Coutinho e sua mulher, D. Beatriz de Vilhena, cederam espaço para esse efeito, e dotaram o convento com inúmeros bens. Doaram ao convento os padroados das igrejas de São Vicente de Cidadelhe, no bispado do Porto, e de Santa Maria do Sovral e da Velosa, no bispado da Guarda.
A fundadora conseguiu ainda que o papa lhe concedesse vários privilégios.
Obteve então, licença para nomear as primeiras religiosas, a faculdade do convento guardar todos os bens que ela lhe concedesse, a possibilidade de eleger como confessores sacerdotes seculares não havendo frades nem capelão, e ainda, que ela própria e a abadessa pudessem ordenar algumas leis para o governo da casa.
Em 1538, acolheu as primeiras religiosas já observantes, sendo a primeira abadessa Dona Isabel de Noronha, filha de Rui Teles de Meneses.
A fundadora foi sepultada na capela-mor do convento, deixando a comunidade como herdeira de todos os seus bens.
Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.

3 comentários:

João Menéres disse...

O seu texto mereceria algumas observações !

Manuela Freitas disse...

Podia ter especificado, estou sempre disposta a aprender, assim fico na dúvida se é na forma como foi redigido, se é nas informações que dou!
A fonte consultada foi: http://digitarq.arquivos.pt/details?id=1363111
Os meus cumprimentos.

João Menéres disse...

Alguém o fará !