A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

PARIS É UMA FESTA!


Os negros chegaram a França, na Primeira Guerra Mundial, integrados na força americana. Foram bem tratadas pelos franceses e com eles trouxeram o jazz. No fim da guerra, tinham uma vida normal, podiam entrar num café e restaurante sem problemas e andar com mulheres brancas.  Muitos não quiseram regressar à segregação, à cidadania de segunda classe, aos linchamentos do Ku Klux Klan, a que as autoridades fechavam os olhos.

Abriram clubes em Pigalle e ganhavam bem. Nessa altura chegam também a Paris vários intelectuais americanos, a chamada Geração Perdida. Nos Estados Unidos foi imposta a Lei Seca, dos chegados a Paris, estavam grandes bebedores, Hemingway e F. Scott Fitzgerald.
GERAÇÃO PERDIDA
Paris vivia os seus anos loucos, depois da guerra queria-se alegria e diversão, a dança durante os anos de guerra foi proibida, em consideração com os que lutavam.

Em 1925 chega Josephine Baker, que foi uma sensação, não tinha problemas em se expor, ser ela própria. Célebre a sua dança em corpo nu com uma espécie de saia de bananas, explorando também o africanismo. Os negros baseavam os seus espectáculos em clichets raciais sem qualquer problema. Baker depois tornou-se sofisticada, um símbolo da moda.


https://www.youtube.com/watch?v=XBPHceq_6jQ
Outro que chegou a Paris, entre muitos, foi o músico Sydney Bechet, marcado pela escravatura sofrida pelo seu pai e que veio a ter um grande sucesso.
https://www.youtube.com/watch?v=J7u9x50GGGs

Os negros ficaram em Montmarte, os intelectuais brancos em S. Germain du Prés e tiveram o apoio da americana Gertrudes Stein, que também chegou a Paris e se tornou uma mecenas para os artistas.

Os negros tiveram todo o caminho aberto na música, mas muita dificuldade em se revelarem noutras artes, como pintura e literatura.

Nessa altura os grandes artistas em formação, como Picasso, Duchamp, Giacometti entre outros, estavam fascinados pela arte negra, que mais tarde levou ao cubismo, mas os afro-americanos nada sabiam de arte tribal.
Vários nomes de negros trabalharam na pintura, como, Archibald Motley, Aaron Douglas , Palmer Hayden Woodruff, entre muitos outros.


Aaron Douglas 




Também na escultura sobressaíram: Escultoras negras: Nancy Elizabeth Prophet (busto mostrando beleza e orgulho da negritude) e Augusta Savage. 




Importantes foram as irmãs Paulette e Jeanne Nardal, que estudaram em Paris, tiveram um salão literário, publicaram uma revista e deram apoio a vários intelectuais negros, dando-lhes importância e valor.
Na poesia, alguns nomes se distinguiram: Lauston Hughes,
Claude Mc Kay, entre outros.

Toda a festa terminou nos anos 30, devido à depressão. Não havia dinheiro. Alguns negros regressaram. Montmarte praticamente morreu. Paris já não era uma festa.
Josephine Baker ficou, tinha dois amores:
https://www.youtube.com/watch?v=GUvk1Wwucq8&list=PLFm5WlVPoVFS03Tyg-BAQEVRRcS0Jdeck

(Josephine tenho 2 amores -Manhathan e Paris)

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