A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»
MARTIN LUTHER KING
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
CARTA AO PAI NATAL (LOLLOLLOL)
Eu não te conheço, mas ouço falar muito de ti, parece-me que eras azul e a coco-cola te pôs vermelho, mas eu hoje não estou virada para a investigação histórica, o que eu tenho é frio, frio, frio e não me apetece mexer muito, cada gesto é vento frio. Estou a escrever-te, porque como toda a gente, também considero que posso formular os meus pedidos. Se queres que te diga eu até acho que és um sacana, porque deixas muitos meninos tristes e até aqueles que com certeza pensas deixar contentes, com muitas coisas que dás, também ficam tristes porque nunca ficam contentes com o que lhes dás! Mas adiante, que eu quero fazer os meus pedidos. Como já és muito velho e só apareces uma vez por ano, aproveita a oportunidade para passares por aquela gente muito influente e diz-lhe que muitas pessoas e cada vez mais, querem um mundo mais CONSCIENTE e olha nem vale a pena dizer mais nada, porque no consciente está de facto tudo englobado.

Queria pedir-te um fato de astronauta, não, eu não quero ir à lua, não há lá ninguém e é só pó...o fato dava-me jeito porque deve ser quentinho e está um frio brrrrrrrrrrrr...........



Pedidos estrambólicos? Pois é...mas...como é a primeira vez que te escrevo, foi para chamar a atenção, tás a perceber?
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
ESTOU CANSADO - ÀLVARO DE CAMPOS

Estou cansado, é claro,
COMPRAS

sábado, 19 de dezembro de 2009
NOTÍCIAS....
BOA NOVA - ANTÓNIO NOBRE

Edifiquei ( foi esse o grande mal)
Alto castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazúli e coral!
Naquelas redondezas não havia
Quem se gabasse dum domínio igual:
Oh, castelo tão alto! parecia
O território dum senhor feudal!
Um dia (não sei quando, nem sei donde)
Um vento seco de deserto e spleen
Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,
O meu condado, o meu condado, sim!
Porque eu já fui um poderoso conde,
Naquela idade em que se é conde assim..."
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
OUSEI FAZER UNS HAIKAIS (?) AO NATAL

HAIKAI (HAIKU) DE EUGÉNIO DE ANDRADE

Num recital de poesia, Eugénio de Andrade, em jeito de dedicatória escreveu-me o que incluo mais abaixo num papel, porque me esqueci de levar os livros que tinha dele.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
ÁGORA DE ALEJANDRO AMENÁBAR
Alejandro Amenábar, o realizador, correu o risco deste filme poder ser um manifesto anti – Cristianismo, mas o que está em questão é o extremismo/fundamentalismo.
Com um orçamento de 50 milhões de dólares, o filme é equilibrado na acção e os aspectos dramáticos, podem motivar um espírito crítico. Ágora, é um filme diferente, num cartaz cinematográfico, nada aliciante.
Uma história com séculos de idade, filmado em pleno Egipto com detalhes autênticos e um elenco de diversas nacionalidades. Não me parece que o filme, onde a aposta é histórica e científica, possa ter um retorno, no aspecto comercial, tão diferente é dos filmes que são consumidos.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
EXCERTO DE UMA CARTA DE FERNANDO PESSOA A ADOLFO CASAIS MONTEIRO

"...E contudo - penso-o com tristeza - pus no Caeiro todo o meu poder de despersonalização dramática, pus em Ricardo Reis toda a minha disciplina mental, vestida da música que lhe é própria, pus em Álvaro de Campos toda a emoção que não dou nem a mim nem à vida. Pensar, meu querido Casais Monteiro, que todos estes têm que ser, na prática da publicação preteridos pelo Fernando Pessoa, impuro e simples!
Creio que respondi à sua pergunta.
Se fui omisso, diga em quê. Se puder responder, responderei. Mais planos não tenho, por enquanto. E, sabendo eu o que são e em que dão os meus planos, é caso para dizer, Graças a Deus!
Passo agora a responder à sua pergunta sobre a génese dos meus heterónimos. Vou ver se consigo responder-lhe completamente.
Começo pela parte psiquiátrica. A origem dos meus heterónimos é o fundo traço de histeria que existe em mim. Não sei se sou simplesmente histérico, se sou, mais propriamente, um histeroneurasténico. Tendo para esta Segunda hipótese, porque há em mim fenómenos de abulia que a histeria, propriamente dita, não enquadra no registo dos seus sintomas. Seja como for, a origem mental dos meus heterónimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação. Estes fenómenos - felizmente para mim e para outros - mentalizaram-se em mim; quero dizer, não se manifestam na minha vida prática, exterior e de contacto com outros; fazem explosão para dentro e vivo-os eu a sós comigo. Se eu fosse mulher - na mulher os fenómenos histéricos rompem em ataques e coisas parecidas - cada poema de Álvaro de Campos (o mais histericamente histérico de mim) seria um alarme para a vizinhança. Mas sou homem - e nos homens a histeria assume principalmente aspectos mentais: assim tudo acaba em silêncio e poesia.
Isto explica, tant bien que mal, a origem orgânica do meu heteronismo. Vou agora fazer-lhe a história directa dos meus heterónimos. Começo por aqueles que morreram, e de alguns dos quais já me não lembro - os que jazem perdidos no passado remota da minha infância quase esquecida.
Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo (tinha nascido, sem que eu soubesse, o Ricardo Reis).
Ano e meio, ou dois anos depois, lembrei-me um dia de fazer uma partida ao Sá-Carneiro - de inventar um poeta bucólico, de espécie complicada, e apresentar-lho, já me não lembro como, em qualquer espécie de realidade. Levei uns dias a elaborar o poeta mas nada consegui. Num dia em que finalmente desistira - foi em 8 de Março de 1914 - acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com o título Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escrito que foram esses trinta e tantos poemas, imediatamente peguei noutro papel e escrevi, a fio, também, os seis poemas que constituem a Chuva Oblíqua, de Fernando Pessoa. Imediatamente e totalmente. Foi o regresso de Fernando Pessoa - Alberto Caeiro a Fernando Pessoa - ele só. Ou, melhor, foi a reacção de Fernando Pessoa contra a sua inexistência como Alberto Caeiro.
Aparecido Alberto Caeiro, tratei logo de lhe descobrir - instintiva e subconscientemente - uns discípulos. Arranquei do seu falso paganismo o Ricardo Reis latente, descobri-lhe o nome, e ajustei-me a si mesmo, porque nessa altura já o via. E, de repente, e em derivação oposta à de Ricardo Reis, surgiu-me impetuosamente um novo indivíduo. Num jacto, e à máquina de escrever, sem interrupção nem emenda, surgiu a Ode Triunfal de Álvaro de Campos - a Ode com esse nome e o homem com o nome que tem.
Criei, então uma coterie inexistente. Fixei aquilo tudo em moldes de realidade. Graduei as influências, conheci as amizades, ouvi, dentro de mim, as discussões e as divergências de critérios, e em tudo isto me parece que fui eu, criador de tudo, o menos que ali houve. Parece que tudo se passou independentemente de mim. E parece que assim ainda se passa. Se algum dia eu puder publicar a discussão estética entre Ricardo Reis e Álvaro de Campos, verá como eles são diferentes, e como eu não sou nada na matéria.
Quando foi da publicação de Orpheu, foi preciso, à última hora, arranjar qualquer coisa para completar o número de páginas. Sugeri então ao Sá-Carneiro que eu fizesse um poema "antigo" do Álvaro de Campos - um poema de como o Álvaro de Campos seria antes de ter conhecido Caeiro e ter caído sob a sua influência. E assim fiz o Opiário, em que tentei dar todas as tendências latentes do Álvaro de Campos, conforme haveriam de ser depois de reveladas, mas sem haver ainda qualquer traço de contacto com o seu mestre Caeiro. Foi dos poemas que tenho escrito, o que me deu mais que fazer, pelo duplo poder de despersonalização que tive que desenvolver. Mas, enfim, creio que não saiu mau, e que dá o Álvaro em botão...
Creio que lhe expliquei a origem dos meus heterónimos. Se há porém qualquer ponto em que precise de um esclarecimento mais lúcido - estou escrevendo depressa, e quando escrevo depressa não sou muito lúcido -, diga, que de bom grado lho darei. E, é verdade, um complemento verdadeiro e histérico: ao escrever certos passos das Notas para recordação do meu Mestre Caeiro, do Álvaro de Campos, tenho chorado lágrimas verdadeiras. É para que saiba com quem está lidando, meu caro Casais Monteiro!
Mais uns apontamentos nesta matéria. Eu vejo diante da mim, no espaço incolor mas real do sonho, as caras, os gestos de Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Construí-lhes as idades e as vidas. Ricardo Reis nasceu em 1887 não me lembro do dia e mês (mas tenho-os algures), no Porto, é médico e está presentemente no Brasil. Alberto Caeiro nasceu em 1889 e morreu em 1915; nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão nem educação quase alguma. Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (às 1,30 horas da tarde, diz-me o Ferreira Gomes; e é verdade, pois, feito o horóscopo para essa hora, está certo). Este, como sabe é engenheiro naval (por Glasgow), mas agora está aqui em Lisboa em inactividade. Caeiro era de estatura média, e, embora realmente frágil (morreu tuberculoso), não parecia tão frágil quanto era. Ricardo Reis é um pouco, mas muito pouco, mais baixo, mais forte, mais seco. Álvaro de Campos é alto (1,75m de altura, mais 2 cm do que eu), magro e um pouco tendente a curvar-se. Cara rapada todos - o Caeiro louro sem cor, olhos azuis; Reis de um vago moreno mate; Campos entre branco e moreno, tipo vagamente de judeu português, cabelo, porém, liso e normalmente apartado ao lado, monóculo.
Caeiro, como disse, não teve mais educação que quase nenhuma - só instrução primária; morreram-lhe cedo e pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Ricardo Reis, educado num colégio de jesuítas, é, como disse, médico: vive no Brasil desde 1919, pois se expatriou espontaneamente por ser monárquico. É um latinista por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria. Álvaro de Campos teve uma educação vulgar de liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Ensinou-lhe latim um tio beirão que era padre.
(...) Como escrevo em nome desses três? Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê. O meu semi-heterónimo Bernardo Soares que aliás em muitas coisas se parece com Álvaro de Campos, aparece sempre que estou cansado ou sonolento, de sorte que tenha um pouco suspensas as qualidades de raciocínio e de inibição; aquela prosa é um constante devaneio. É um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade. A prosa, salvo o que o raciocínio dá de "ténue" à minha, é igual a esta, e o português perfeitamente igual; ao passo que Caeiro escrevia mal o português, Campos razoavelmente mas com lapsos como dizer "eu próprio" em vez de "eu mesmo", etc., Reis melhor do que eu, mas com um purismo que considero exagerado. (...)
(em 13 de Janeiro de 1935)
[Pessoa, Fernando, Livro do Desassossego por Bernardo Soares, recolha e transcricão dos textos: Maria Aliete Galhoz, Teresa Sobral Cunha, prefácio e organizacão: Jacinto Prado Coelho, Ática, Lisboa 1982, pp. XLIII-XLVII http://www.cfh.ufsc.br/~magno/frames.html ]
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
VOLTANDO A KHALIL GIBRAN

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O HOMEM E A NATUREZA - KAHLIL GIBRAN

~ O Homem e a Natureza ~
Ao romper do dia, sentei-me na campina, travando conversa com a Natureza, enquanto o Homem ainda descansava sossegadamente nas dobras da sonolência. Deitei-me na relva verde e comecei a meditar sobre estas perguntas:
Será a Beleza Verdade? Será Verdade a Beleza?
E em meus pensamentos vi-me levado para longe da humanidade. Minha imaginação descerrou o véu de matéria que escondia meu íntimo. Minha alma expandiu-se e senti-me ligado à Natureza e a seus segredos. Meus ouvidos puseram-se atentos à linguagem de suas maravilhas.
Assim que me sentei e me entreguei profundamente à meditação, senti uma brisa perpassando através dos galhos das árvores e percebi um suspiro como o de um órfão perdido.
“Por que te lamentas, brisa amorosa?” perguntei.
E a brisa respondeu: “Porque vim da cidade que se escalda sob o calor do sol, e os germes das pragas e contaminações agregaram-se às minhas vestes puras. Podes culpar-me por lamentar-me?”
Mirei depois as faces de lágrimas coloridas das flores e ouvi seu terno lamento... E indaguei: “Por que chorais, minhas flores maravilhosas?”
Uma delas ergueu a cabeça graciosa e murmurou: “Choramos porque o Homem virá e nos arrancará, e nos porá à venda nos mercados da cidade.”
E outra flor acrescentou: “À noite, quando estivermos murchas, ele nos atirará no monte de lixo. Choramos porque a mão cruel do Homem nos arranca de nossas moradas nativas.”
Ouvi também um regato lamentando-se como uma viúva que chorasse o filho morto, e o interroguei: “Por que choras meu límpido regato?”
E o regato disse: “Porque sou compelido a ir à cidade, onde o Homem me despreza e me rejeita pelas bebidas fortes, e faz de mim carregador de seu lixo, polui minha pureza e transforma minha serventia em imundície.”
Escutei, ainda, os pássaros soluçando e os interpelei: “Por que chorais meus belos pássaros?”
E um deles voou para perto, pousou na ponta de um ramo e justificou: “Daqui a pouco, os filhos de Adão virão a este campo com suas armas destruidoras e desencadearão uma guerra contra nós, como se fossemos seus inimigos mortais. Agora estamos nos despedindo uns dos outros, pois não sabemos quais de nós escaparão à fúria do Homem. A morte nos segue, aonde quer que vamos.”
Então o sol já se levantava por trás dos picos da montanha e coloria os topos das árvores com aureolas douradas. Contemplei tão grande beleza e me perguntei:
“Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?”
Para saber mais sobre Kahlil Gibran : http://pt.wikipedia.org/wiki/Khalil_Gibran
domingo, 13 de dezembro de 2009
OS 15 VALORES DE SÓCRATES EM INGLÊS «TÉCNICO»
Mandaram-me por mail, não conhecia!...
ALBERT CAMUS

O mito de Sísifo, ensaio filosófico escrito por Albert Camus, em 1942.
No ensaio, Camus introduz a sua filosofia do absurdo: o homem fútil em busca de sentido, unidade e clareza no rosto de um mundo ininteligível desprovido de Deus e eternidade. Será que a realização do absurdo exige o suicídio? Camus responde: "Não. Exige revolta". Ele então descreve várias abordagens do absurdo na vida. O último capítulo compara o absurdo da vida do homem com a situação de Sísifo, uma personagem da mitologia grega, condenado a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra até ao topo de uma montanha, só para vê-la rolar para baixo novamente.
O homem revoltado, ensaio filosófico escrito por Albert Camus e publicado em 1951.

«Ao protestar contra a condição, naquilo que tem de inacabado, pela morte, e de disperso, pelo mal, a revolta metafísica é a reivindicação motivada de uma unidade feliz contra o sofrimento de viver e morrer. (...) Ao mesmo tempo em que recusa a sua condição mortal, o revoltado recusa-se a reconhecer o poder que o faria viver nesta condição. O revoltado metafísico, portanto, certamente não é ateu, como se poderia pensar, e sim obrigatoriamente blasfemo. Ele blasfema, simplesmente em nome da ordem, denunciando Deus como o pai da morte e do supremo escândalo. » CAMUS
sábado, 12 de dezembro de 2009
TODAS AS CARTAS DE AMOR SÃO RÍDICULAS, NÃO SERIAM CARTAS DE AMOR SE NÃO FOSSEM RÍDICULAS
Bebezinho do Nininho-ninho:
Oh!Venho só quevê pâ dizê ó Bebezinho que gotei muito da catinha dela. Oh!E também tive munta pena de não tá ó pé do Bebé pâ le dá jinhos.Oh! O Nininho é pequenininho!Hoje o Nininho não vai a Belém porque, como não sabia se havia carros, combinei tá aqui às seis ho'as.Amanhã, a não sê qu'o Nininho não possa é que sai daqui pelas cinco e meia. (desenho de uma meia) (isto é a meia das cinco e meia). Amanhã o Bebé espera pelo Nininho, sim? Em Belém, sim? Sim?Jinhos, jinhos e mais jinhos.
Fernando.


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas).
[Quando as cartas de amor rídiculas foram editadas, fiquei bastante surpreendida, nunca imaginaria Fernando Pessoa a escrever esse género de cartas! Nada percebo de psicologia, a não ser da «barata», daquela que todos consideram saber...
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
NATAL, E NÃO DEZEMBRO

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio,
num presídio no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
ENCONTRAR BOAS NOTÍCIAS NOS JORNAIS, NÃO É FÁCIL!...DE HOMICÍDIO, A ROUBO, A BURLICE, A VIOLÊNCIA NA ESTRADA...E OUTRAS COISAS QUE TODOS NÓS SABEMOS..
O menos é que em 2006 Portugal no ranking de percepção da corrupção ocupava a 26ª.posição entre 180 países analisados, mas a situação tem vindo sempre a piorar, em 2007 baixou à 28ª, em 2008 baixou a 32ª e este ano baixou a 35ª, ie desceu nove lugares em quatro anos.
Um estudo revela que os portugueses são na generalidade contra a corrupção, mas praticam a «cunha» com facilidade.
O que pode ser um +, há uma ong Transparência Internacional, sediada em Berlim, desde 1993 e um grupo de peritos nacionais influentes, propõe-se a criação de algo no género, com o objectivo de pressionar o governo e as instituições a uma maior eficácia neste combate.
SOBRE A CORRUPÇÃO, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, disse que a corrupção é um obstáculo ao desenvolvimento e apelou para que as pessoas nunca aceitem nem ofereçam subornos.

Esta já é de facto uma boa notícia: O restauro do Mosteiro de Tibães, feito pelo arquitecto João Carlos Santos, venceu a medalha de ouro da bienal de Miami Beach 2009.Organizado pelo Instituto Americano de Arquitectos, pela Sociedade Americana de Arquitectos paisagistas e pela Federação Pan-Americana de Associação de Arquitectos, o concurso distingue as obras mais importantes em todo o mundo, na categoria de restauro.

(Fotografias tiradas do Google)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
RECEBI ESTE MAIL...
ENTÃO LEIAM:
Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista
**Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.**
**Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.**
**Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.**
**Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.**
**Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.**
**Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.**
**Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.**
**Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.**
**Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.**
**Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.**
**Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para toda a EU.**
**Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.**
**Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia. **
**Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.**
**Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.**
**Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.**
**Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.**
**Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.**
**Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.**
**O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive... PORTUGAL.**
**Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
**Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
**Há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo).
** É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... que se atrasou em relação à média UE...etc.
**Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.
**É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.
QUE TAL, SENTEM-SE MELHORES?
MARIA JOÃO SEIXAS NA CINEMATECA

Maria João Seixas, é o nome avançado para a direcção da Cinemateca Portuguesa - instituição órfã de director desde que João Bénard da Costa a deixou, em Janeiro, por motivos de saúde. Gosto de Maria João Seixas, é uma pessoa culta e simpática, é uma pessoa que conheço através da televisão e dos bons programas que foi fazendo, obviamente que outros nomes podiam ser avançados e que vão sempre dizer que é uma pessoa muito próxima do PS, já que Seixas foi assessora para a cultura do primeiro governo de António Guterres, foi também mandatária das candidaturas de Jorge Sampaio e Mário Soares e de Manuel Maria Carrilho à Câmara de Lisboa. A relação entre a jornalista de 64 anos e o cinema é muito próxima - ou familiar. Maria João Seixas foi casada com o realizador Fernando Lopes, com quem assinou parte do argumento de "O Delfim" e "Cinema". Esteve também envolvida no documentário "Lissabon Wuppertal Lisboa", sobre a coreógrafa Pina Bausch e conta com prestações breves em filmes como "Adriana" ou "Um dia na Vida". É de destacar ainda o seu trabalho na divulgação do cinema português fora de portas com a distribuidora Uniportugal. Pedro Mexia, subdirector da Cinemateca, estava assumir o cargo de director interino, conduzindo sozinho um cargo de dois lugares.
SEGUNDO DECLARAÇÕES DA MINISTRA DA CULTURA, ESPERA-SE PARA BREVE UM PÓLO DA CINEMATECA NO PORTO.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
CIMEIRA DE COPENHAGA
Começou hoje e termina no dia 18 a cimeira na qual o Mundo vai procurar um consenso para reduzir emissões com efeito no clima após 2012, quando cessa o compromisso de Quioto. Evidentemente que não vai ser fácil, terá de ser partida muita pedra sobre a mesa das negociações. Em Copenhaga estão reunidos representantes técnicos e políticos de 192 países, tendo como objectivo prioritário estabelecer plataformas de responsabilidades mútuas para deixar subir pouco, e depois diminuir mesmo, as emissões dos gases com efeito de estufa (GEE), os maus da fita, são: o óxido nitroso, o metano e o mais famoso de todos, o dióxido de carbono.
Ao aumento da concentração desses gases na atmosfera por acção humana é imputado o aumento médio da temperatura global, a um ritmo e intensidade que o planeta só suportará à custa de grandes alterações de todo o clima e dos sistemas vivos que dele dependem. O dedo da Humanidade está aqui impresso, diz em uníssono a comunidade científica.
Há cerca de duas décadas que a questão começou relutantemente a ser assumida pelos governantes, após o protagonismo encetado por movimentos ambientalistas, depois de estudos científicos múltiplos. A chancela das Nações Unidas às questões climáticas viria, depois, pôr na agenda internacional a emergência de os países acordarem acções destinadas a conter o aumento das temperaturas. As emissões de GEE, sobretudo da indústria e transportes, passaram a estar no centro da procura de compromissos. Mas também outras acções com impacto na atmosfera e restantes sistemas da Terra, como a desflorestação. Os problemas são vários, esperemos que neste período de tempo seja possível atingir os consensos necessários, para que depois do dia 18, o mundo possa ser visto de uma forma mais positiva.
domingo, 6 de dezembro de 2009
UM POEMA...UMA FOTOGRAFIA...

Lentos nos fomos esquecendo. Quando
o tempo da velhice nos foi vindo
a tez apareceu amorenada de anos
e afeita ao espírito.
A lavoura sabia aos nossos passos.
Até os desperdícios
iluminavam debilmente o armário
e a penumbra dos rincões escritos.
Mas nós só estávamos
em nos havermos esquecido.
Ou, às vezes, a aura do trabalho
quase fazia com que na mesa o sítio
aparecesse coroado de anos
sobre a mão a mover-se
pelo seu próprio espírito.
Fernando Echevarría, in "Figuras"
[HOMENAGEM AO MEU PRIMO]

Sempre gostei muito desta fotografia, tinha-a guardado nos meus papéis, mas não sei a sua proveniência nem o seu autor.
Esta fotografia tem uma grande expressividade e mostra um velho a indicar algo à criança, a máquina fotográfica, mas pode ter outra interpretação, pode de uma forma geral ser «mostrar a vida». Uma sabedoria que passa ou passava dos velhos para os novos. Actualmente os velhos são marginalizados, apesar de muitos deles se preocuparem muito em aprender sempre, estar a par de tudo que se passa, dedicarem o tempo a fazerem certas coisas, que durante uma vida de trabalho não puderam fazer. Apesar disso são sempre olhados de soslaio, gente que já passou, que está fora do tempo, situação que os marginaliza e lhes dá mais solidão.
Para mim e seguindo o lugar-comum, «velhos são os trapos», eu admiro muito as pessoas idosas e tudo aquilo que elas sabem e têm para dar e conheço pessoas idosas fantásticas. Há no entanto aspectos bastante chocantes, um deles é o peso que representam para muitas famílias e há imensos casos que todos conhecemos, de andarem de casa em casa dos filhos, de irem para um lar (pessoas idosas com pessoas idosas!...) ou então ficarem na sua casa com as suas fragilidades a caminharem para o declínio e sujeitas também às maiores violências. São impressionantes os casos diários de roubos, agressões e até homicídios em pessoas idosas, que vivem sós.
EU QUE DEFENDO TODAS AS CAUSAS HUMANÍSTICAS, TAMBÉM DEFENDO O FIM DA VIOLÊNCIA ÀS PESSOAS IDOSAS, MAS NÃO SEI SE EXISTE UMA ORGANIZAÇÃO/INSTITUIÇÃO, COM ESTE OBJECTIVO.
UM ANO DO BLOGUE «NAS ASAS DA CORUJA» -PARABÉNS!?...

Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande
e querida companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.
William Shakespeare
sábado, 5 de dezembro de 2009
PORQUE

Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andresen
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
O JARDIM DOS SUPLÍCIOS - OCTAVE MIRBEAU
Há um mês que estou metida em casa e a paisagem é esta, de dia e de noite. Não sou «janeleira», mas de vez enquanto preciso de ir à janela, para ver gente. Arranjei uma «história» complicada de uma bronco-pneumonia, mas tudo está a correr bem, embora ainda tenha 2 ou 3 semanas de clausura e tivesse que cortar com o cigarro, JÁ O DEVIA TER FEITO HÁ MUITO MAIS TEMPO. Vou-me entretendo, fechando e abrindo «gavetas» e tenho andado às voltas com os livros, há uns tempos que não pegava tanto nos meus livros.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
UMA AVENTURA AMOROSA - ÁLVARO DE CAMPOS

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A vida é extremamente complexa, e os acasos, são, por vezes, necessários. O conto não tem nome, desde o principio. O ouro fosco ficou húmido e a tarde caiu definitivamente.
Álvaro de Campos - Engenheiro Naval e Poeta do «Orpheu» - 1926
[Retirado do livro: ALMAS E ESTRELAS - HORAS ESPIRITUAIS -Arte & Cultura - Porto
Obra composta e impressa na Livraria Editora «Pax», Ldª. na cidade de Braga sob a orientação gráfica e literária de Petrus ]
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Neste livro, que comprei há anos num alfarrabista, pode ainda ler-se:
-A ROSA DE SEDA (FÁBULA) - Fernando Pessoa - 1915
-O BANQUEIRO ANARQUISTA - Fernando Pessoa - 1922
-O MARINHEIRO - drama estático em um quadro - Fernando Pessoa - 1913
-O CONTO DO VIGÁRIO - Narração exacta e comovida do que é o conto do vigário - Fernando Pessoa - 1926
-HISTÓRIA DO MENINO JESUS VERDADEIRO - Alberto Caeiro (1931)
-A PINTURA DO AUTOMÓVEL - Fernando Pessoa
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POSSUO AINDA EDIÇÕES ANTIGAS DE:
-REGRESSO AO SEBASTIANISMO - FERNANDO PESSOA- sem mencionar editora e data, apenas tem como número de tiragem - 156
-APRECIAÇÕES LITERÁRIAS -Bosquejos e Esquemas Críticos - Selecção e notas de Petrus - Colecção Arcádia - Editorial Cultura - Porto
-ENSAIOS POLÍTICOS - Ideias para a Reforma da Política Portuguesa - Edições «Acrópole» - C.E.P.
-ANTOLOGIA A MAÇONARIA, vista por Fernando Pessoa e Norton de Matos - Almagráfica -Porto
(AOS PESSOANOS, SE ASSIM PUDER SER, PEÇO QUE SE CONHECEREM, ME DÊEM INFORMAÇÕES SOBRE ESTES LIVROS, POIS NUNCA OS VI EM MAIS NENHUM LADO!!!!!)