A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ANDANDO

Realizador:
Hirokazu Koreeda
Actores:
Hiroshi Abe, Yui Natsukawa, You
Ano:
2008
Pais:
Japão

Filme feito no seio de uma sociedade e de uma cultura muito específicas, a japonesa, que ganha uma dimensão universal. Uma das razões é o facto da história se centrar numa família, de um encontro de membros de três gerações, com sentimentos comuns a toda a humanidade.
A história centra-se, no 15º. aniversário da morte de um dos seus membros (o filho mais velho do casal).
Morreu na praia quando tentava salvar alguém de se afogar. A casa é a dos pais, idosos, e é ali que chegam, de comboio, o filho mais novo com a nova família (a mulher, viúva de um anterior casamento, e o filho dela), a irmã e o marido.
Silêncios, censuras, ressentimentos, embaraços, falhanço - em doses diferentes para cada um: o filho mais novo, por exemplo, não aguenta as comparações, a expectativa falhada dos pais pela morte do primogénito; já a irmã autonomizou-se emocionalmente do trauma familiar (será a sua forma positiva de alienação?)
"Andando" não é um filme que conta, é um filme que se deixa habitar. É um filme onde todos têm medo daquilo que neles é marca, sinal, da presença dos outros - quer estejam mortos, quer estejam vivos, os outros são sempre os fantasmas em nós, e isso mete medo, diz alguém em "Andando".
Fantasmas, do presente, do passado e do futuro. É que "Andando" nem sequer é "um dia na vida de" uma família. É "toda a vida num dia de" uma família. Naquela casa em Yokohama, naquele dia de Verão, ocorrem o passado, o presente e o futuro de uma família. É toda a vida num só dia.

2 comentários:

Paula Raposo disse...

Deve ser fabuloso. Não vi.
Beijos.

G I L B E R T O disse...

Manuela

Gosto muito do cinema japones, vi mais o Kurosawa... Inclusive, viver do Kurosawa está entre os melhores que já vi em todos os tempos em todas as culturas, tenho certeza que te agradaria Manuela!

anotei este por aqui e vou ver se encontro!

Gosto muito do cinema que fuja do estereótipo americano. O cinema europeu e asiático apresentam grandes pérolas para nosso crescimento individual.

E o cinema possui esta capacidade fantática né amiga, ludica. Ele ensina no tempo que entretém...

Abraços!