A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




sábado, 5 de dezembro de 2009

PORQUE

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

8 comentários:

Sandra Botelho disse...

Porque alguns escancaram a vida e a vivem...
Sem se sepultarem vivos, nem sepultarem seus sonhos e ideais.
Talvez esta seja uma das respostas.
Lindo poema.
Bjos querida e tenha um lindo final de semana!

Maria disse...

Nunca dissocio este poema da voz do Fanhais que tão bem o canta...
É um excelente poema de Sophia!

Beijo

Paula Raposo disse...

Adoro este poema da Sophia e não me canso de o ler. Muitos beijos.

Carlos Manuel Ribeiro disse...

Porque?
Porque são falsos
Porque são cobardes
Porque são hipócritas
Porque não são gente!
Porque gente que é gente, não
se esconde por detrás das máscaras...
Não vai atrás dos outros só porque é mais fácil
e,
Porque eu não sou assim!

Gostei deste “Porque”!

Abraço,
CR/de

Cris França disse...

Manuela,

Porque a gente paga o preço de ser apenas a gente mesmo, o que pode incomodar muita gente, mas não o tipo de gente com quem a gente deva se incomodar.

bjs

Maria Ribeiro disse...

A GRANDE SOPHIA... mulher-mar, mulher-causas, mulher-mãe, poetisa da minha paixão, que sempre dei aos meus alunos , com a paixão do amor pela VIDA!
BEIJO DE LUSIBERO

Paulo Tamburro disse...

JEAN-PAUL SARTRE DIZIA:

-"NOSSO INFERNO SÃO OUTROS".

SERÁ.

ACHEI SEU BLOGUE MUITO BOM E VOLTAREI SEMPRE.

GOSTARIA DE CONVIDÁ-LA PARA DAR UM PULINHO LÁ NO MEU, É DE HUMOR , E DE ...GRAÇA!

UM ABRAÇÃO CARIOCA.

Ana Paula Sena disse...

Um dos meus poemas preferidos, desde há muito tempo.

P.S. - Soube que esteve doente, Manuela (ao ler os seus posts anteriores).
Espero sinceramente que já esteja melhor! Curada, mesmo.
Por coincidência, eu também estive doente, com uma gripe que muito me debilitou. Agora, estou a recuperar bem. Já sinto forças.

Um beijinho :)