(Inverno - fotografia de Silvério Santos)
Fragmento de frio
Porque cegamos
No dia que sai connosco,
E porque vimos o nosso hálito
Embaciar
O espelho do ar,
A nada se abrirá
O olho do ar
Senão à palavra
Que renunciamos: o Inverno
Terá sido um espaço
De maturidade.
Nós que nos tornamos nos mortos
De outra vida que não a nossa.
8 comentários:
Lindo Manu...foto, poema, tudo...e esse Conto de Natal...o final é apoteótico, surpreendente.
Bela escolha!
Beijos
O dia de hoje está cheio de sol e de inverno só o sabemos dos dias...
Beijo
Obrigada pela partilha. Foto e poemas excelentes. Muitos beijos.
São versos bem crus, despojados, estes de Auster, mesmo inquietantes!
Escolha oportuna para os dias difíceis que vivemos...
Abraço.
POEMA muito SURREALISTA com uma temática insólita... Se não estou errada, é sobre a morte, esse nosso inevitável porto de chegada, depois de partir da viagem da vida...
ABRAÇO DE
LUSIBERO
"nós que nos tornamos mortos
de outra vida que não a nossa"
as vezes minha querida morremos em vida, para nos submeter, nos encaixar, nos anulamos para sermos aceitos e isso doi, assim como o frio doe. bjs
Gosto de Paul Auster e este "Fragmento de frio" bem frio, por sinal, lembra-nos o Inverno, não do tempo mas das nossas vidas, da sua finitude...realidade a qu ninguém pode fugir..
Um bom fim de semana um beijo
Graça
Olá, Manuela, boa tarde. Vamos ver se o frio abranda, já racha que chegue!
Paul Auster. Pois!
Ainda não acabei de ler "Invisível". Até onde cheguei, e como disse há dias à Austeriana (austeriana militante), estou desiludido. Provavelmente, Paul Auster escreveu-o em baixo de forma, já o li algures. Não sei! Quando chegar ao fim logo concluirei.
Quanto a este "Fragmento",que não conhecia, embora frio, como diz a Graça,falou-me, gostei.
Paul Auster está debaixo de olho. Não o largarei tão cedo. Não é meu hábito desistir, não obstante a desistência ser, por vezes, tentadora...
Bjs
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