A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quinta-feira, 19 de agosto de 2010

AMOR-PRÓPRIO

Blogagem colectiva sobre sentimentos. Promotora, Glorinha L. de Lion (Blog Café com Bolo).Tema «AMOR-PRÓPRIO»
Metamorfose de Narciso – Salvador Dali


Não é fácil escrever sobre sentimentos e emoções e mais difícil se torna escrever em nome próprio. Será que me analiso de uma forma neutra? Será que os outros podem-me analisar mais correctamente?
Vejamos o que poderei escrever sobre o assunto!.. Se não tenho algum amor-próprio, ando por aí como a lagartixa, sujeita a levar alguma esmagadela! Tenho que gostar de mim o suficiente para não entrar em conflito comigo, e todos os dias procurar saber mais um pouco, para manter os meus bons níveis de auto-estima, porque não adianta palavrinhas ranhosas aos meus ouvidos, eu é que tenho que sentir isso. Além disso o amor-próprio defende-me contra ofensas à minha integridade. Mas isto está à margem de ser egoísta e fazer o centro do mundo no meu umbigo.
Tenho necessariamente que me sentir bem comigo própria. Vaidade na dose certa e arrogância que baste, é essencial numa sociedade diversificada!
Evidentemente que amor-próprio pode implicar aqueles estados caóticos de excesso. Um complexo de superioridade, por trás tem sempre um de inferioridade, os mestres dizem que eles andam juntos, como uma mescla! O exacerbamento do amor-próprio, lembra-me o chamado complexo do narcisismo!

Narciso - Caravaggio

Uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso, chamada Eco amava um rapaz em vão. A beleza de Narciso era tal, que ele pensava que era semelhante a um deus. Narciso rejeitou a afeição de Eco, até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água. As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso.
(HÁ OUTRAS VERSÕES)

Eco e Narciso - Waterhouse

Como em tudo, o meio-termo é que seria o ideal e, lá bem a moral, ama o outro como a ti próprio!..Vivemos com ou outros e vaidade e arrogância, só vão criar um fosso entre as pessoas.
Nunca se apelou tanto ao amor, amor pelos que são descriminados em todos os aspectos, sejam eles crianças, velhos, deficientes, sejam eles de que religião, raça, política forem…amor pelos animais…amor pela natureza…AMOR, AMOR, AMOR…realmente o mundo está a precisar de AMOR, mas vai vivendo pelos interesses mais imediatistas e materiais, onde se evidencia a vaidade e a arrogância e com eles o egoísmo e o individualismo.
E que dizia Rousseau sobre o amor-próprio?


O Limite Saudável do Amor por Nós Próprios

O amor por nós mesmos, sente-se satis­feito quando as nossas verdadeiras necessidades ficam satisfeitas; mas o amor-próprio - que se pretende comparar com ele - nun­ca se sente satisfeito nem o poderia estar, porque esse sentimen­to, que nos leva a preferirmo-nos aos outros, também exige que os outros nos prefiram a eles próprios; ora isso é impossível. Eis co­mo as paixões suaves e afectuosas têm origem no amor por si pró­prio, e como as paixões de ódio e de ira provêm do amor-próprio. Assim, o que torna o homem essencialmente bom é o facto de ter poucas necessidades e de pouco se comparar com os outros; o que o torna essencialmente mau é ter muitas necessidades e preo­cupar-se muito com a opinião. Sobre este princípio, é fácil ver co­mo se podem dirigir - para o bem ou para o mal - todas as pai­xões das crianças e dos homens.

Jean-Jacques Rousseau, in 'Emílio'

26 comentários:

Glorinha L de Lion disse...

Manu minha querida amiga! Teu post está maravilhosos! Vim correndo ser logo a primeira, antes que me puxe as orelhas...hehe Sabe que escrevemos a mesma coisa só que de modos distintos? Analisamos do mesmo jeito, que como tudo na vida,deve seguir o caminho do meio. Estamos em sintonia minha amada! Beijos no cuore.

Astrid Annabelle disse...

Olá Manu!
Complicado desenvolver algo sobre este tema mas,você fez um post especial. Achei interesante lembrar sobre o Narciso e a lembrança do eterno caminho do meio...equilíbrio sempre!
Gostei...bela participação amiga!
Beijo grande.
Astrid Annabelle

Beth/Lilás disse...

Amiga Manú!
Muito bom seu post e completo, gostei demais!
Também acho que o exagero no amor próprio pode virar em egocentrismo, vaidade ou narcisismo, por isso temos que observar se estamos errando em algo.
beijos cariocas

Nilce disse...

Perfeito, Manu

Adorei a sua participação. Concordo com vc em tudo, principalmente quando diz que devemos nos cuidar para não ir ao exagero.
Excelente texto. Parabéns!

Bjs no coração!

Nilce

chica disse...

Falas bem sobre a moderação que deve exiastir em tudo.Legal teu póst.Linda participação!beijos,chica

Isadora disse...

Manuela, minha amiga, a conclusão que chego ao ler o que você escreveu é muito parecida com a minha, temos nossos altos e baixos, pois a vida é assim mesmo, mas cabe a nós somente nós a responsabilidade pelo nosso amor-próprio. Não podemos, nunca, delegar essa tarefa a alguém.
Um beijo e bom dia

Valéria lima disse...

O amor próprio tem que existir, mas na dose certa, pois em demasia vira arrogancia.

BeijooO*

MERU SAMI disse...

Oi, Manuela.
Bem centrado o seu comentário. Muito bonito também pois está devinculado do apego, que muitas vezes é colocado na balança como fator básico à auto-estima.
Parabens!

Beijos.

Macá disse...

Manu
Concordo plenamente quando diz que palavras no ouvido não adianta; nós é que precisamos nos sentir bem.
Narciso foi ótimo, excelente exemplo para o tema.
Mas auto estima em baixa, ou em excesso é sempre ruim. O meio é o melhor caminho.
Muito bom o seu post. Parabéns
beijos

MERU SAMI disse...

Oi, Manuela,
Acabei de publicar seu comentário e, tive que vir aqui para lhe dizer que,
agora, eu estou surpresa, pois os Guias de Umbanda nem sempre viveram em carne com o aspecto com que se apresentam. Essa roupagem de Caboclo (a), PretoVelho (a), etc. é a expressão da humildade assumida por eles. E, pasme, pois não é uma brincadeira, meu Preto Velho; Pai Tomé, quando em carne, viveu em Portugal.
Eu estou arrepiada!

Beijos.

Gina disse...

Narciso é a figura central da blogagem dessa semana. Tudo depende do limite da autoestima, não é mesmo?
Bjs.

Unknown disse...

"É pelo nosso amor-próprio que o amor nos seduz. Como resistir a um sentimento que embeleza o que temos, que nos restitui o que perdemos e nos dá o que não temos! "

Excelente post,paarabéns-

Beijinho Manú

Maria Izabel Viegas disse...

Manú querida, fui olhar teu signo. Vi que és libriana.Fizeste de forma primorosa este equilíbrio entre o Desejável, o Bom e o Divino e o Retrato Real do mundo de Hoje.
Todos os dias somos testados em nossa postura positiva;tendosempre que mostrar a assertividade que se faz necessária.
Nos ambientes que frequento, na família, no trabalho e de certa forma, que é preocupante, entre os que falam em Deus, em pensamentos positivos, etc etc... vejo que ainda falta muito para o ser humano entender as maiores lições da vida.
Fala-se muito, faz-se menos que a metade.
Esta semana mesmo me vi numa situação em que dei uma parada, um suspiro , lembrei-me daquilo que SOU e , sem me deixar dobrar , usei o Amor que escolhi para meu Norte. Mas não cedi ao errado.
Como coloquei no meu post, na realidade, quem aguenta uma crítica. Fala-se em crítica construtiva. Trabalhei com um grupo, como pedagoga, em que aprendi a discutir idéias. Todos eram guerreiros da palvra. mas no final, saimos para tomar um cafezinho, sem nenhum melindre. E, Manú querida, posso te afirmar, só conheci aquele grupo de "hereges"(como nos chamávamos) que aprendi lições assim, saber falar sobre o trabalho, nunca ofendendo a pessoa. E olha, que o pessoal era "fera", muito inteligente.
Amiga, seu post está magnífico.
Ah...sou apaixonada por Jean Jacques Rousseau. E ele pregava a idéia de que o social corrompia a ingenuidade da criança.E como foi criticado!
Beijos e obrigada pela presença sempre gentil lá no meu cantinho!

Socorro Melo disse...

Oi, Manu!

Antes, quero agradecer pelas visitas lá no blog, pelos comentários sempre tão carinhosos.
A autoestima, creio eu, e é o que parece, é o amor que devemos devotar a nós mesmos, e a autoconfiança, a certeza de que somos capazes de realizar o que empreendemos. O que passa disso é apenas vaidade. E vaidade, devemos ter na dose certa, bem como arrogância,assim como você dissertou.

Um grande abraço
Socorro Melo

Misturação - Ana Karla disse...

É mesmo Manu, não é tão fácil falar sobre esse assunto, ainda mais de nós mesmas.
Gostei da reflexão Narciso.

Auto estima, mas não tão alta!!! rs

Bom final de semana.

xerosss

orvalho do ceu disse...

Olá,Manu
Ótimo dia para a gente refletir sobre nossa conduta pessoal.
A INTEGRAÇÃO do nosso ser é processo que vale a pena!
Harmonia e abraços fraternais
Narciso foi bem vindo nesse tema...

Luma Rosa disse...

Ama o outro como a ti próprio! No caso, em questão, o olhar que damos ao outro, apenas refletiria o conceito que formamos sobre aquela pessoa, como em um espelho! Na verdade, os narcisistas não enxergam o outro, mas apenas aquilo que enxerga dele mesmo, como se estivesse olhando para um espelho. Já quem tem baixa auto estima, olha sempre no outro, além do espelho aquilo que não tem e que gostaria de ter.
Essa apelação para o amor - amasse demais e deixasse de amar em pouco tempo - quer dizer, diz que é amor, aquilo que não deixa de ser a projeção da própria pessoa, como diz acima.
Será que as pessoas estão tão individualistas assim? Será que o excesso de amor próprio está nos afastando da convivência de outras pessoas?
Boa Blogagem! Beijus,

Cris França disse...

vc como sempre tem a palavra certa

bjs querida, obrigada pelo carinho

Lúcia Soares disse...

Manu, tudo lindo, o texto, as imagens.
Verdade que temos que nos policiar para não sermos arrogantes nem humildes demais.
Todo meio termo é mais saudável.
Beijo e bom fim de semana!

Unknown disse...

Oi Manu!

Ótimo texto, com mensagem interessante e belas imagens!

Difícil identificar o limite saudável do amor próprio, não é mesmo? Difícil porém necessário!

Gostei muito do seu post. Parabéns!!

Beijos
Lia

Blog Reticências...

Hana disse...

Olá, olha só que blog show, eu estou a admirar tudo aki, desde narciso até outras sementinha de cultura e do bem que aki planta, estou levando a minha semente daki, e vou plantar em todos os lugares, eu amei aki adorei, aki te leio aki te sigo aki te persigo, rs.
com carinho
Hana

Manuela Freitas disse...

Acordei hoje com a «ressaca» da auto-estima e muito confusa com um sonho que tive. Sonhei, assim mesmo, não sei porque razão, que o casal Clinton tinha ido a minha casa jantar! As peripécias foram várias, a minha atrapalhação nesta situação enorme, foi um caos para mim e senti-me bem pequenina!... Mas que sonho!?...Seria uma consequência de ontem ter lido tanto e de diversificada maneira, sobre auto-estima? Não sei, tenho que pensar nisso, agora ainda me sinto meio estonteada.
Mas estou a escrever, para agradecer a todos que passaram por aqui, que leram o que eu escrevi e ainda me presentearam com os seus comentários, que são efectivamente uma mais valia neste esquema todo.
Para todos o meu muito obrigada e um grande abraço de amizade,
Manú

PS. Especialmente para a Meru, eu sinceramente não acredito nessas coisas, nunca me debrucei sobre essa matéria e não tenho curiosidade nenhuma sobre a mesma, sou muito céptica. De facto o meu pai e eu própria temos o sobrenome Tomé e o meu pai era conhecido por esse sobrenome. O meu pai até esteve no Brasil e esse apelido anda por aí, no nome de dois irmãos, que eu nunca conheci e que eram filhos do primeiro casamento do meu pai.

Yo Neris disse...

Manú,
Realmente, falar sobre sentimentos e emoções não é nada fácil, mas você abordou a questão com grande desenvoltura, falando de um jeito claro e muito pertinente.
Acredito também que o amor próprio em exagero acaba virando narcisismo e se tranforma em patologia, daí então, a necesidade do equilírio, sempre
Beijinhos e tenha um lindo domingo

Denise disse...

Muito interessante tuas ideias, Manuela. Eu tb acredito no equilíbrio, na busca pelo ideal dentro do real - ou ficamos nas quimeras...

Chamou-me a atenção a tua frase introdutória, uma indagação que, por si só, provoca tantas reflexões...se não temos certeza sequer da própria imparcialidade, imagine subordinar-se à análise dos outros...

Obrigada pela visita, tenha um domingo maravilhoso, minha amiga.
Beijo!

Dani dutch disse...

OI Manu, tudo bem?
Manu ótima essa blogagem coletiva da Glorinha e seu post está ótimo, penso desta forma também, tudo tem sua medida certa. bjuss e otimo domingo

Deia disse...

Oi Manu! Fiz alguma trapalhada, e meu comentário (no dia 20/8) não salvei! Mas, o bom senso é o que encontro em sua postagem. Caminho do meio, busca do equilíbrio. Somos feitos de momentos que oscilam, ora estamos confiantes, ora temerosos. Mantermos o amor próprio equilibrado, com incentivos a neos mesmas diariamente, é uma das formas de levantarmos nossa auto estima quando essa resolver fugir para a sola do pé! Um beijo, Deia.