A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

NINE - ROB MARSHALL


Não me agrada muito o género musical, mas há uns quantos filmes que aprecio, entre eles há três que gosto muito, Feiticeiro de Oz, Serenata à Chuva e Cabaret. NINE é o novo musical de Rob Marshall, depois do êxito de Chicago, filme do qual não gostei.
Com base em OITO E MEIO, de Fellini, foi feito o musical NINE. Arthur Kopit e Maury Yeston, Anthony Minghella e Michael Tolkin escreveram o roteiro.
O que me levou mais a ver este filme foi, ser inspirado no 8 ½ de Fellini, onde são focados os seus problemas existenciais, assim como uma crise de criatividade. Estas razões levam a um internamento voluntário numas termas, para encontrar inspiração, mas o seu mundo imaginário motiva-lhe um desassossego constante, com o facto de no mesmo estarem presentes muitas mulheres, que passaram ou estão na sua vida.
O filme, sem relegar a estrutura do musical, narra a história de um cineasta famoso de Itália, Guido Contini (Daniel Day-Lewis), que enfrenta a chamada crise da meia-idade, cujos efeitos acabam por afectar a sua criatividade. Ao preparar-se para realizar um novo trabalho nos estúdios da Cinecitta, após alguns fracassos contabilizados, Guido tem de avaliar como a sua vida está sufocada pela presença, que se lhe torna atordoante, e pode até matá-lo, de muitas mulheres.
(Marion Cotillard), é Luísa a sua mulher, (pensa-se logo em Giulietta Massina) paciente, cordata, que sacrifica a sua vida de actriz, para estar sempre em casa, esperando a solicitação do marido. A segunda é a figurinista Lilli (Judi Dench), também uma confidente. A terceira é a amante, Carla (Penélope Cruz). A quarta é a sua musa inspiradora Claudia (Nicole Kidman). A Mamma (Sophia Loren) é a quinta que, embora morta, é uma presença constante e avassaladora, na sua vida. E ainda existe a Saraghina, figura mais remota, uma prostituta, dos tempos em que Guido era criança, interpretada pela cantora Stacy Ferguson (uma alusão muito evidente a um dos filmes em que Fellini abordou a sua infância).
Usando uma linguagem subjectiva, em que se mesclam presente e passado, Marshall, para expressar o que se passa no interior de Guido, contrapõe, o preto e branco (a fotografia é, às vezes, desfocada ou excessivamente granulada) e o colorido. Explora ao máximo, a parte musical e a coreografia, para chegar, como ele explicou, à teatralidade do universo de Fellini.


O filme teve críticas más, para mim foi um filme que me entreteve, porque às vezes também é necessário satisfazer o nosso lado mais lúdico.

1 comentário:

Glorinha L de Lion disse...

Oi Manu querida, estou voltando aos poucos...não posso abusar demais da coluna...ouvi falar muito mal desse filme...e confesso que musicais não me atraem...gosto bastante de filmes leves e que entretenham, mas esse não me deu vontade de ver não...ando mais para suspenses e tramas rocambolescas...vi um muito bom esse fim de semana, Intrigas de Estado com Russel Crowe e Ben Affleck, já viu?
Beijos.