A ESCURIDÃO NÃO PODE EXTINGUIR A ESCURIDÃO. SÓ A LUZ O PODE FAZER.»

MARTIN LUTHER KING




quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ANTONIO SKÁRMETA

Ontem li uma entrevista de Skármeta, que veio a Lisboa e brevemente tenciona ficar nesta cidade uns tempos, para escrever um romance. Nessa entrevista, fatalmente tinha que ser referido o seu livro de grande êxito, O Carteiro de Pablo Neruda.
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-Não o enfastia que, O Carteiro de Pablo Neruda, lhe ande sempre colado?
-Não, que maravilha!?...
-Mas a sua obra é muito maior!
-É, mas O Carteiro está traduzido em 30 idiomas, em muitos países ensina-se nas escolas e universidades, foi levado ao cinema por Michael Radford, foi nomeado para 5 Óscares e foi um sucesso mundial. Tenho um grande amor por este livro, nenhum outro compete, mas sim acompanha-o e agradece. Sobre o Carteiro, vai ser feita uma ópera, para estrear em Setembro de 2010 em Los Angeles, com Plácido Domingo a interpretar Neruda, mas também há uns artistas ingleses, que fizeram um musical com canções do Carteiro. O Carteiro continua a reinventar-se.

Primeiro vi o filme e depois li o livro, considero que neste caso um não desmerece o outro, mas penso que é sempre melhor ver primeiro o filme e depois ler o livro, porque impede a visão imaginativa, sobre personagens, locais, ambientes...que um leitor cria, mas também é de considerar se um livro que é adaptado ao cinema, foi bem conseguido.
Como além do Carteiro, não conheço mais nada deste escritor, fui assim como que «coscuvilhar» a vida dele, no aspecto de escritor e tive surpresas.
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Esteban Antonio Skármeta Branicic nasceu em 1940 em Antofagasta, Chile, descendente de croatas. Skármeta estudou Filosofia e Literatura. Os seus estudos de filosofia foram realizados sob a direcção de Francisco Soler Grima, um filósofo alemão, discípulo de Julián Marías e de José Ortega y Gasset. Seguindo a linha de Soler, interessou-se pelas filosofias de Jean-Paul Sartre, Albert Camus e Martin Heidegger. Graduou-se na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Foi membro do Movimento de Acção Popular e Unitária (MAPU). Em 1969 foi premiado em Havana, com o Prémio Casa das Américas, pelo livro de relatos, Desnudo en el tejado.
No ano de 1973 foi professor de literatura na Universidade do Chile, e director teatral. Produziu um filme sobre a Unidade Popular com o director alemão Peter Lilienthal. Devido ao golpe militar no Chile, teve que sair do país em companhia do cineasta Raúl Ruiz. A primeira escala foi a Argentina, onde residiu durante um ano. Foi ali que publicou o seu livro de relatos, Tiro libre. Depois partiu rumo a Alemanha Ocidental onde se dedicou ao cinema. Trabalhou como professor na Academia Alemã de Cinema e Televisão, em Berlim Ocidental.
Na Alemanha escreveu a história de, O Carteiro de Pablo Neruda. Em 1989 regressou ao Chile após o longo exílio de 16 anos.
Em 1994 estreou a versão cinematográfica de, O Carteiro de Pablo Neruda, no Festival de Veneza. O filme dirigido por Michael Radford e protagonizado por Massimo Troisi, obteve cinco indicações para o Óscar.
Em 1996 recebeu o Prémio Internacional de Literatura Bocaccio pelo seu livro, No pasó nada. No ano de 1999 ganhou o Premio Altazor graças à publicação de, La boda del poeta, que também conquistou o Prémio Grinzane Cavour.
Em 2000 foi nomeado Embaixador do Chile na Alemanha, cargo que exerceria até 2003. Nesse mesmo ano, recebeu o Prémio Llibreter pela edição ilustrada do seu relato, La composición. No ano de 2001 recebeu o Prémio Grinzane Cavour pelo livro, La boda del poeta.
Em 2003 obteve o Prémio Unesco de Literatura Infantil e Juvenil em prol da Tolerância, com o livro, La redacción. Em Outubro desse mesmo ano, sob pseudónimo de María Tornés, Antonio Skármeta recebeu o Prémio Planeta, pela obra El baile de la victoria (O Baile da Vitória) e no ano seguinte, pelo mesmo romance, ganhou o Prémio Municipal de Literatura de Santiago do Chile.
Em 2006, recebeu o "Prémio Internazionale Ennio Flaiano" pelo "valor cultural e artístico da sua obra", em particular pelo romance, El baile de la Victoria.

2 comentários:

G I L B E R T O disse...

Manuela

Cá no Brasil o filme e o livro chamam-se O CARTEIRO E O POETA e, realmente, a película é uma obra digna de ser apreciada. Não conheço o livro e anotei por aqui, para as compras literarias do próximo ciclo.

Cada vez mais encanto-me com as tuas possibilidades culturais e tua inteligencia - no minimo instigantes e dignas de ser apreciada por todos nós!

Abraços!

Grato por mais um pitaco saborosissimo de cultura!

anamar disse...

Finalmente , Manuela, cheguei até si...
Pelo tardio da hora , não comento , passarei com calma .

Beijinho
Ana