
SEVERA - FADO - JOSÉ MALHOA
Portugal vai apresentar a candidatura de o FADO, para que o mesmo seja considerado PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE. Foram cinco anos de investigações, envolvendo dezenas de pessoas - fadistas, músicos, académicos, investigadores – que todos os dias descobriram coisas novas: partituras, discos, livros, iconografia, entrevistas, etc. Os indicadores são para já positivos e assume-se, pelos sinais informais que chegam da UNESCO, que esta candidatura está mais bem estruturada e documentada do que a do tango, que foi aceite em 2008. A resolução final só será conhecida em Setembro de 2011.
Li esta notícia e para mim o fado tem tido fases, não gostava nada, mas uma ocasião vinha de Espanha e quando chegamos a Portugal ouvi numa rádio portuguesa um fado e isso emocionou-me, fui a algumas casa de fado, depois deixei de ligar ao fado, quando morreu a Amália, comecei a ouvir os seus fados e presentemente o fado está IN, com novos cantores cheios de criatividade, mesmo cantando os antigos fados. Há um aspecto do fado que muito me agrada, são os poemas e o fado tem ido buscar grandes poetas e, depois há a belíssima guitarra portuguesa.


«Toda a poesia – e a canção é uma poesia ajudada – reflecte o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre, e a canção dos povos alegres é triste. O fado, porém, não é alegre nem triste. È um episódio de intervalo. Formou-o a alma portuguesa quando não existia e desejava tudo sem ter força para o desejar. As almas fortes atribuem tudo ao Destino; só os fracos confiam na vontade própria, porque ela não existe.
O fado é o cansaço da alma forte, o olhar de desprezo de Portugal ao Deus em que creu e que também o abandonou. No fado os Deuses regressam, legítimos e longínquos. E, esse segundo sentido da figura de El-Rei D. Sebastião. Fernando Pessoa.

Stuart Carvalhais (1887-1961)
Introdutor da BD em Portugal, desenhador, ilustrador, fotógrafo, realizador de cinema, actor, decorador, cenógrafo, figurinista e designer gráfico.
Colaborou em vários jornais e revistas: 'Sempre fixe', 'Os Ridículos', 'Diário de Notícias', 'ABC'. Um extraordinário desenhador da Imprensa portuguesa do seu tempo e de todos os tempos, igualando os melhores artistas contemporâneos do mundo. Em 1949, os seus trabalhos valeram-lhe o Prémio Domingos Sequeira.
ALGUNS CARTAZES LIGADOS AO FADO DE STUART CARVALHAIS